São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996
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Escala gera problemas nos feriados

Reclamações são comuns

DO "USA TODAY"

A escala foi divulgada, e muitos empregados estão se queixando. Eles têm de trabalhar no Natal -ou Yom Kippur. Talvez no ano que vem passem os feriados em casa.
No mundo todo, os chefes precisam executar um ato de equilibrismo que tanto eles quanto seus subordinados temem: manter tudo funcionando nos feriados.
Locais de trabalho que não podem fechar -companhias aéreas, hospitais e serviços essenciais à população, entre muitos outros- enfrentam os maiores problemas.
"É realmente o fim do mundo para os funcionários", diz Lewis Maltby, diretor de direitos do trabalho da American Civil Liberties Union, em Nova York (EUA).
"Você pode ser injusto se favorecer os feriados da religião dominante. E muitas vezes é impossível dar folga para todos os empregados que trabalham para você."
Por meio de trocas, bônus ou insistência, a maior parte das escalas é preenchida de maneira amigável. Mas, nos piores casos, os conflitos podem terminar nos tribunais.
Foi o que aconteceu com Kathy Pielech, ex-caixa do jóquei-clube de Massachusetts (EUA). Ela foi despedida após se recusar a trabalhar no Natal, dia que ela classifica como o mais sagrado do ano.
Ela e sua colega Patricia Reed, também demitida, apelaram à Justiça. Perderam, mas o Legislativo estuda uma lei que amplie os direitos religiosos dos trabalhadores.
Atualmente a lei diz que o patrão deve tentar atender aos pedidos dos empregados por licença relacionada à religião, caso não causem problemas. Na prática, porém, ainda há divergências.
Para manter os funcionários felizes e as empresas funcionando em qualquer tipo de feriado, muitos empregadores usam diversas táticas -de incentivo e de punição.
A fábrica da Dupont, que funciona o ano todo em Edgemoor, dá feriados de acordo com a hierarquia. Quando há problemas, pede voluntários para cumprir a escala.
O proprietário do Ratner's, em Nova York, encontrou uma solução prática: fecha sua fábrica de alimentos congelados se precisa de pessoal extra no restaurante.
Assim, se os empregados do restaurante querem folga no Natal, ele usa os da fábrica para trabalhar na cozinha ou como garçons. "Todos contribuímos", diz.
O Children's Hospital, em Seattle, não pode fechar nunca. Para montar a escala, os chefes priorizam funcionários de níveis hierárquicos inferiores e fazem uma rotação anual dos envolvidos.
Trabalhar no Natal não é tão ruim, diz Dean Forbes, porta-voz. Papai Noel passa lá, entrega presentes e tem espetáculo de palhaços. "É animado e não temos problemas para preencher a escala."

Tradução de Paulo Migliacci.

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