São Paulo, domingo, 22 de dezembro de 1996
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País quis atrair 'alemães úteis'

RODRIGO BERTOLOTTO
DE BUENOS AIRES

Na autobiografia "Yo, Juan Domingo Perón", o presidente argumenta que a Argentina competia com os EUA e a ex-União Soviética na atração de "alemães úteis" no pós-Segunda Guerra Mundial.
Para tal missão, ele havia expedido vários funcionários para cidades da Suíça e da Suécia.
Mas o único cientista de certo nível acadêmico que aportou na Argentina foi Kurt Tank, um especialista em aerodinâmica da Luftwaffe, a aviação alemã.
Tank e 15 discípulos montaram uma fábrica de aviões na cidade de Córdoba, onde desenvolveram o caça Pulqui.
Depois da queda de Perón, Tank migrou com sua equipe para a Índia e colaborou com outros alemães refugiados no Egito.
Energia nuclear em garrafa
Mas antes, em 1951, Tank recomendou a Perón que trouxesse o especialista em física nuclear Ronald Richter, que se instalou seu centro de investigação na ilha Huemul, localizada em um lago próximo a cidade de Bariloche.
Richter teve o privilégio de desfrutar de um milionário orçamento e, em fevereiro de 1951, anunciou que "havia produzido e controlado energia nuclear por meio do processo de fusão".
Ainda que agora se saiba que o ponto de partida de Richter era correto, o rumo de sua pesquisa o levou ao fracasso.
Mesmo assim, o presidente Perón não se negou a assegurar que a Argentina venderia a partir desse momento "energia nuclear para uso doméstico em garrafas de meio e um litro".
(RB)

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