São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 1996 |
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Vigia de lago nasceu nos EUA
CÉSAR SARTORELLI
Após apresentar uma tese sobre ecologia e xamanismo, concedeu a seguinte entrevista. * Folha - Por que você, um norte-americano, está na Rússia? Hank Birnbaum - A primeira razão que me trouxe à ex-URSS (ainda em 1983) foi o impulso de responder a uma necessidade: a Guerra Fria e as pobres relações entre URSS e EUA somadas à pouca compreensão entre seus povos. Folha - Você pensava em viver na URSS antes desse impulso? Birnbaum - Quando acabei minha formação escolar, pensei que o perigo e a necessidade do mundo eram a Guerra Fria. Primeiro trabalhei num programa de intercâmbio cultural, depois, num centrado em ecologia. Após três meses, fiz amizade com pessoas que trabalhavam no Parque Nacional PreBaikalski e trabalhei como voluntário por um mês. Depois, me convidaram para trabalhar como bombeiro. Depois de alguns meses, estava vivendo numa pequena cabana a 8 km de um vilarejo. Então eles me disseram que havia sido contratado como guarda-florestal. Folha - O que você acha da preservação do lago Baikal? Birnbaum - Para começar, onde estou, muitas pessoas não entendem a importância de suas ações individuais como, por exemplo, largar garrafas vazias de vodca. Outro problema são os pescadores, que pensam muito mais em ganhar dinheiro do que sobre os peixes do lago. Mas, atualmente, a economia está numa condição ruim, o que de certo modo é uma ajuda -por exemplo, não existe dinheiro para a gasolina dos barcos ou para o desenvolvimento de grandes hotéis para ocupar áreas do parque. O maior problema é que a situação econômica torna muito difícil fechar ou colocar equipamentos despoluentes nas indústrias. Os resíduos permanecem restritos às cercanias da indústria, mas a situação é particularmente grave pela demora (200 anos) da reciclagem da água do lago. (CS) Texto Anterior: Russificação faz dos buriatos minoria Próximo Texto: Aproveite a luz no curto verão Índice |
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