São Paulo, terça-feira, 24 de dezembro de 1996 |
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FASHION
ERIKA PALOMINO
Esse era, até então, o principal problema para transformar o panorama da moda em algo além do ôba-ôba dos desfiles, dos descolados, do mundinho fashion e da mídia. Também foi o ano em que a jurássica Fenit deu sinal de vida, mostrando-se mais atuante dentro do mercado têxtil e de confeccionistas também. Duas modelos brasileiras mobilizaram as atenções de todos. Impossível não comentar o drama de Claudia Liz após complicações em uma lipoaspiração, evocando questionamentos da mídia sobre "a ditadura da moda" sobre as modelos, que devem ser inexoravelmente magras. Resultados: Claudia Liz está bem, e o mercado continua o mesmo, solicitando as magrinhas como sempre. E isso é internacional. Tanto quanto o sucesso de Shirley Mallman, a Cinderela brasileira que explodiu no circuito da alta-moda. Descoberta pelo trio Tufi Duek, Giovanni Bianco e Ellen von Unwerth no livro-catálogo da marca Forum, Shirley foi indicada pela fotógrafa alemã Von Unwerth para desfiles e editoriais. Shirley foi vista, e o resto já é história. Com seu sorriso aberto, simpatia à toda prova, inteligência e beleza -além de vestir muito bem qualquer peça de roupa-, a moça saída de uma pequena cidade do Sul conquistou o mundo. Fotografou com todos os profissionais que importam e, na última temporada de prêt-à-porter, fez de Helmut Lang a Chanel. Uma estrela. Mais brasileiras: a mineira Angelica de Oliveira tirou o primeiro lugar na final internacional do concurso Smirnoff International Fashion Awards. Em seu discurso de vitória garantiu a possibilidade de existir, sim, uma moda de características brasileiras. Discussão quase enterrada no ano, aliás, não fosse pelo polêmico e desconcertante desfile do cearense Lino Villaventura no MorumbiFashion Brasil. Convidados internacionais também ajudaram a movimentar a cena fashion por aqui em 96. Lojas como Versace, Kenar e Trussardi deixaram o bairro dos Jardins mais glamouroso. Ainda, Claudia Schiffer veio para a campanha da Melissa, levantando discussão sobre os cachês das supermodelos. Ocimar Versolato centralizou -como sempre- muitas críticas e muito ti-ti-ti com seu desfile de atrizes, seu primeiro em terras brasileiras, no início deste mês em São Paulo. Melhor para o shopping Iguatemi, que pagou por toda a história, dentro das comemorações de seus 30 anos, que também fizeram de seu prédio o mais impressionante outdoor da cidade. Investindo tudo no fashion. A consultora de moda Gloria Kalil amarrou o ano com estilo e brilho. Lançou pela editora do Senac seu "Chic - Um Guia Básico de Moda e Estilo". Pôs suas informações de moda a serviço da simplicidade, provando que moda não é acessório fútil ou volátil, mas item fundamental para o dia-a-dia. Texto Anterior: "Chic" ataca pós-peruas e jecas de chinelo Próximo Texto: Nova geração vai agitar 97 Índice |
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