São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 1996
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Marcas tradicionais buscam modernização

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pressionados pela maior concorrência, fabricantes de alguns dos mais tradicionais e consolidados alimentos à venda no mercado brasileiro estão investindo na modernização dessas marcas.
Um exemplo dessa tendência é o da Maizena, a marca de amido de milho que vai fazer 70 anos de fabricação no Brasil em 1997 e que contribui decisivamente para que seu fabricante no país, a Refinações de Milho Brasil, seja a terceira subsidiária em faturamento e a primeira em lucros (fora dos Estados Unidos) no grupo americano CPC, que atua em 65 países.
A companhia aposta numa modernização da marca, especialmente nos Estados do Sul e do Sudeste, onde 70% das vendas de Maizena têm o objetivo de usar o produto na preparação de alimentos que não o mingau -no Nordeste, este é o uso mais comum.
Pesquisa da empresa mostrou que crescem os consumidoras que gostariam que usar uma Maizena com maior valor nutricional.
Foi para atender a essa demanda que a Refinações de Milho Brasil já lançou, em abril passado, em caráter experimental, a Maizena Nutre, que agrega aveia, cevada, arroz e milho ao produto tradicional, mais vitaminas e ferro, afirma Solange Fontes, 35, gerente da companhia.
Mas as mudanças vão além: está sendo estudado o lançamento de outro produto com maior valor agregado, que deverá ser lançado no primeiro trimestre de 1998, segundo José Roberto Campanelli Lima, 41, gerente de marketing.
Tomate
Outro segmento que está se sofisticando, pela entrada de novos concorrentes, é o de molhos de tomate, que deve movimentar cerca de US$ 100 milhões neste ano.
As vendas do produto estão crescendo 15% em média ao ano desde a adoção do Plano Real, segundo dados do Instituto Nielsen.
Os fabricantes estão apostando na tendência dos consumidores de procurarem molhos mais elaborados. Marcas consolidadas ganham novas versões.
"Os consumidores querem produtos que ajudam a diminuir o tempo gasto na cozinha. O que significa que estão comprando menos produtos, como purê e polpa de tomate, e procurando mais molhos que já venham quase prontos", explica Renato Monteiro, 35, gerente da Gessy Lever, fabricante dos produtos Cica.
O mais recente investimento da Cica, nessa tendência, foi desenvolver uma nova versão do molho Pomarola Peneirado. "É um exemplo de produto com maior valor agregado", diz ele.
Pesquisa Nielsen entre junho e julho mostra que o produto da Cica tem 34% do segmento de molhos de tomate peneirados. A Arisco vem segundo lugar com a Tarantela, que detém 25%.
A Arisco, por sua vez, deverá anunciar nos próximos meses novos produtos no setor de molhos de tomate, também sofisticados.

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