São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 1996
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Kellogg's vai contra-atacar

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CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

'Kellogg's vai contra-atacar
A disputa da Kellogg's pelo mercado brasileiro tende a ser uma das mais acirradas no setor de alimentos nos próximos anos. Depois de três décadas em que era virtualmente o único grande fabricante de cereais matinais, a empresa enfrenta hoje a concorrência de alguns dos maiores grupos internacionais do setor, como Nestlé, Parmalat, Mococa e Bauducco.
Essas quatro empresas anunciaram nos últimos meses suas entradas no crescente mercado de cereais matinais, que em apenas três anos praticamente triplicou de tamanho.
Em 1994, as vendas do produto foram de 5 mil toneladas; neste ano, esse volume atingiu cerca de 14 mil toneladas.
Com a entrada de novos competidores, a Kellogg's perdeu terreno: sua participação de mercado, que era superior a 80%, caiu para 60% este ano.
A Kellogg's contra-atacou de várias formas, incluindo uma redução de preços, a exemplo da matriz.
Além disso, a empresa entra em janeiro com uma nova campanha publicitária. Não entrarão nos anúncios, por exemplo, os símbolos tradicionais dos produtos Kellogg's, como o tigre da Sucrilhos.
"Nossas pesquisas mostraram que as donas-de-casas não se identificam muito com o produto. Fizemos, por isso, uma campanha institucional mais emocional, mais 'quente', que pretende atingir mães de crianças entre 6 e 12 anos", explica Connie Harrison, 45, diretora da J Walter Thompson, a agência de publicidade que criou os anúncios.
Os três filmes para TV também não mostram cenas durante o café da manhã, mas de outras situações do dia. "Não dá para mudar os hábitos dos brasileiros e impor um café da manhã tão substancial como tomam europeus e americanos", comenta Celso Forster, 42, vice da Thompson.
(CGF)

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