São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 1996
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Indústria do CE vê 'invasão' com bons olhos

PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados do Ceará, Edaílson Lima, diz que "vê com bons olhos" a chegada das indústrias "imigrantes sulistas" no Estado.
Segundo Lima, a vinda dos "imigrantes sulistas" introduziu novos paradigmas para o setor calçadista cearense, trazendo novas tecnologias, pessoal treinado, técnicas alternativas de gerenciamento e ampliação do mercado.
"A chegada de pesos-pesados como a Grendene, Dakota e Paketá, por exemplo, cria um referencial de qualidade para o calçado cearense e amplia indiretamente o mercado da indústria local", diz Lima.
Segundo ele, os "imigrantes sulistas" não fazem concorrência com a indústria local. "Eles produzem um produto mais industrializado e tecnologicamente mais bem acabado; nós temos uma tradição artesanal", diz.
Lima afirma que existem 436 indústrias calçadistas no Ceará. Desse total, 4,3% são consideradas grandes e 62% são microempresas, tipo "fundo de quintal". As 14 novas indústrias instaladas nos últimos seis anos são responsáveis por 15 mil dos cerca de 28 mil empregos gerados pelo setor.
Lima diz que a presença das empresas do Sul e Sudeste facilitou também o acesso à indústria de componentes e acessórios, que tem instalado progressivamente representações no Ceará.
O secretário de Indústria e Comércio do Ceará, Raimundo Viana, diz que a instalação do pólo calçadista trouxe consigo pelo menos dez indústrias de embalagens, colas e produtos químicos que são usados como acessórios do setor.
Para Viana, o êxodo sulista interrompe um fluxo migratório no sentido contrário. "Se nós podemos oferecer emprego para o cearense em sua cidade natal, ele não terá motivos para migrar ao Sudeste do país", diz Viana.
(PM)

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