São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 1996
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Lojas parcelam e têm preço igual ao cobrado no exterior

FÁTIMA FERNANDES; DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Claudete e Deca e a Daslu, duas das mais badaladas lojas de São Paulo -que atendem um seleto grupo de clientes classe A-, estão animadas com o crescimento de vendas depois do Plano Real.
Na Claudete e Deca, o faturamento cresceu de 15% a 20% neste Natal sobre o do ano passado. O lucro acompanhou esse aumento no período. As vendas em 96 devem crescer 15% sobre 95.
A loja informa que a maior facilidade de pagamentos -em até quatro vezes- contribuiu para que surgisse uma nova clientela que a loja classifica como B e B+. Isso alavancou as vendas.
"Nas duas últimas estações, constatamos que um novo consumidor veio à nossa loja", diz Luciana Daud, sócia-proprietária.
Para ela, o fato de a loja estar trabalhando com produtos importados ajudou. "Colocamos esses produtos nas prateleiras e eles desaparecem rapidamente."
Na Daslu, o aumento do faturamento -guardado a sete chaves- também é atribuído à importação de grifes famosas -como Chanel, Christian Dior e Givenchy-, representadas pela loja com exclusividade.
"Nossa clientela continua a mesma: classe A. Vendemos mais porque esse público, que só comprava no exterior, passou a adquirir os produtos no Brasil", diz Lisa Forbes, assessora da Daslu.
A loja vem, há cinco anos, registrando crescimento nas vendas. "Mas o movimento neste Natal está extraordinário", diz Lisa. No ano passado, a Daslu ampliou a loja para vender a linha masculina e em outubro passou a trabalhar com artigos infanto-juvenis.
A Lita Mortari, que tem quatro lojas em São Paulo, registra aumento de 20% nas vendas neste ano, em comparação com o ano passado. E, assim como a Daslu, informa que seu público -de alto poder aquisitivo- não mudou.
"As facilidades de pagamento puxaram esse aumento no faturamento", diz Tânia Mortari Magalhães, sócia-proprietária.
Ela conta que o resultado financeiro de suas lojas melhorou porque, com a estabilização da economia, consegue adquirir a matéria-prima, produzir e vender parcelado sem correr o risco de ver o dinheiro corroído pela inflação.
"Agora dá para planejar. No passado, a troca de uma coleção era um grande problema. Os aumentos de preços eram brutais."
Tânia diz que a matéria-prima usada em suas confecções é importada. A peça mais barata custa cerca de R$ 100. A mais cara, R$ 1.200.
Lingerie italiana
Na La Perla, sofisticada grife de lingeries italiana, o faturamento cresceu, neste ano, entre 30% e 40% sobre 95. As vendas neste Natal já dobraram em relação às de 1995, diz Bruno Carlo Gagliani, importador exclusivo.
Há dois anos e meio no país, a La Perla -que vende "bodys" com preço médio de R$ 250- tem hoje nove lojas no país. Em 1995, eram cinco em São Paulo. A alta do faturamento também é atribuída à maior facilidade de pagamento.
"Está surgindo uma clientela nova, que não viaja muito ou começou a viajar agora e está conhecendo nossos produtos em outros países", diz Gagliani.
Segundo ele, os preços praticados no Brasil são os mesmos da Itália e mais baixos que nos EUA. "Mas vendemos em até quatro vezes sem juros", diz.
A rede deve abrir mais quatro lojas, sob sistema de franquia, em 1997.
(FF e DFe)

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