São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 1996
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'Obra tem vida própria', diz autor

DANIELA ROCHA
DA REPORTAGEM LOCAL

O artista espanhol Antonio Muntadas teve a idéia de fazer a instalação "The File Room" porque ele próprio foi alvo de censura.
"Um documentário que fiz sobre a história da TV espanhola nunca foi ao ar porque citava de forma crítica o período franquista. A instalação foi uma forma de exorcizar esse caso e tantos outros que tinha conhecimento", afirmou Muntadas, que atualmente reside em Nova York.
Não o incomoda o fato de ter feito uma obra que hoje foge ao seu controle. "Queria deixar o trabalho aberto. Essa obra não é como um livro. Ela pode ser estendida, discutida. Meu papel é apenas formular e executar o conceito. 'The File Room' tem vida própria."
Muntadas explora em suas instalações diferentes mídias há cerca de 15 anos. Ele busca, com suas obras, discutir os novos espaços, seja na arquitetura, seja na tecnologia. "Provoco a reflexão sobre seus diferentes usos e funções."
Durante o período em que esteve exposto no Chicago Cultural Center, entre maio e setembro de 94, "The File Room" foi acessado por cerca de 80 mil pessoas.
Daí, a instalação foi levada a vários países, como Portugal, Espanha, França, Alemanha, e Japão.
Atualmente, Muntadas aspira trazer ao Brasil a instalação "Stadium", que analisa o estádio como espaço, como produto, como consumo. "O estádio é um contêiner para o entretenimento que tem sua origem nas arenas do gregos e romanos", disse.
(DR)

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