São Paulo, quarta-feira, 25 de dezembro de 1996
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Golpe e contragolpe na Internet

MARINA MORAES
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

A guerra entre censores e frequentadores da Internet está crescendo. Cargas de informação estão sendo bloqueadas com elaborados sistemas "antimísseis", que, por sua vez, são contragolpeados por inteligentes táticas "anti-antimísseis".
Países como Cingapura ou China estão na dianteira na "Guerra nas Estrelas" dentro da rede de computador.
Há alguns meses, fornecedores de serviço da Internet em Cingapura foram obrigados a instalar softwares bloqueadores, a fim de interceptar qualquer material que o governo local considerasse "suspeito".
A China, por sua vez, vem aos poucos bloqueando diversos sites de fornecedores comerciais da Internet.
Na Inglaterra e na Alemanha, os agentes oficiais simplesmente decidiram que qualquer fornecedor de serviços da rede poderá ser considerado um criminoso, dependendo do conteúdo de sua página.
Os tais bloqueadores são, geralmente, implantados por meio de um "fornecedor de trajeto", equipamento que ajuda os administradores da rede a traçar a rota da informação entre as suas redes locais e o restante da Internet.
Porteiro eletrônico
Os "fornecedores de trajeto" são como porteiros eletrônicos que checam a fonte e o destino do tráfico on line. Também podem ser programados para bloquear os "carregamentos" que saem ou chegam de endereços específicos da Internet.
Mas há programas que usam os "traçadores de rota" para impedir o acesso a informações específicas, selecionadas pelo administrador da rede.
Faça o teste. Tente bloquear a página "Free Tibet" ou a da MSNBC, a joint da Microsoft com a rede NBC, e o resultado surgirá rapidamente na sua tela: "Acesso negado".
Seguindo a linha tradicional dos "hackers" (piratas da informática), os frequentadores da Internet desenvolveram diversos meios de escapar dos bloqueadores das estradas virtuais.
Um exemplo são os chamados "endereços espelhos", que copiam o conteúdo completo de uma página ou de um endereço proibido e o arquiva em um outro computador, fora da lista negra. Garantem os especialistas que detonar a proliferação desses "espelhos" tem sido um trabalho de Hércules para os censores.
Algumas vezes, os caminhos mais simples são os mais eficientes.
Segundo os "furadores de bloqueios", se você mora em Cingapura e não pode ter acesso a uma página da Web usando um fornecedor doméstico, deve adquirir uma conta da Internet nos EUA ou em Hong Kong. É possível conectar uma espécie de "zona franca" no computador usando linhas telefônicas internacionais.

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