São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996 |
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Mulher trabalha e metalúrgico faz bico
DA REPORTAGEM LOCAL Ivonilde é mulher, auxiliar de escritório no comércio e terminou o 2º grau. Gérsio, seu marido, estudou até a 6ª série e é metalúrgico.Não é preciso ter bola de cristal para adivinhar qual dos dois está desempregado: é ele. Há um ano e meio, Gérsio Celestino de Souza, 30, busca uma vaga de prensista. Não chegou a desistir da profissão que o sustentou por 12 anos, mas, na dúvida, está aprendendo um outro ofício, o de pedreiro. "Ele podia ter estudado mais", diz ela. "Estudo hoje influi muito na hora de arrumar emprego". Gérsio concorda, mas falta-lhe paciência para aguentar salas de aulas atulhadas de adolescentes. Ivonilde Silva de Souza, 32, que recebe R$ 550 como auxiliar de escritório de uma loja, diz que a situação psicológica do casal é mais delicada que a econônica. As contas, Gérsio ajuda a pagar com o que ganha com os bicos que faz de pedreiro. Com aluguel, eles não precisam gastar -moram numa casa construída em terreno doado pelo pai de Gérsio, no Embu, na Grande São Paulo. "É preciso tato", receita ela. "Não jogo na cara que eu trabalho e ele não. Já é incômodo para ele. Ficar falando é ainda pior." Texto Anterior: Mercado exclui jovens e desqualificados Próximo Texto: Exigência é maior para mulher Índice |
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