São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996
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Real se desvalorizou 3,8%, diz documento da Fazenda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O real já sofreu em 96 desvalorização de 3,8% em relação a uma cesta de 13 moedas estrangeiras, segundo a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, chefiada pelo economista José Roberto Mendonça de Barros.
A desvalorização do real tem efeito positivo sobre a balança comercial (exportações menos importações), uma das principais preocupações da equipe econômica. Até novembro de 96, as importações superaram as exportações em US$ 3,753 bilhões.
O ritmo de desvalorização foi mais intenso até maio deste ano, quando a moeda nacional sofreu depreciação de 7,1%, comparado ao mesmo período de 95. De junho a novembro, a desvalorização foi de apenas 0,7%.
A desvalorização do real incentiva as exportações, pois faz o exportador receber mais reais para cada dólar exportado. Por outro lado, desestimula as importações, pois o importador deve pagar mais reais para cada dólar.
A desvalorização do real é uma das principais reivindicações dos exportadores. Ele alegam que, desde o Plano Real, o governo promoveu uma sobrevalorização da moeda nacional, deixando as exportações menos competitivas.
Ontem, o Ministério da Fazenda divulgou documento sobre o setor externo em que faz uma rápida análise sobre a valorização taxa de câmbio, assunto que até agora era tido como tabu dentro do governo.
A equipe econômica vem sempre negando a importância da suposta sobrevalorização do real em relação ao dólar.
A versão oficial é que não existe parâmetro seguro para afirmar que uma moeda está sobrevalorizada em relação a outra, e que a competitividade das exportações vai aumentar se os custos da produção no país forem reduzidos.
O documento compara as desvalorizações que o governo vem fazendo e considera a inflação pelos preços do atacado.
Para a Fazenda, a desvalorização no período compensa a mudança da correlação entre o dólar e outra moedas fortes. No período, o dólar se valorizou em relação ao iene japonês e ao marco alemão.

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