São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sem o presidente, sucessão embola

CLÓVIS ROSSI
DA REDAÇÃO

A pesquisa do Datafolha sobre intenção de voto para presidente explica com a mais absoluta clareza por que os potenciais rivais de FHC são contra a reeleição: sem ele no páreo, o jogo fica totalmente aberto.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Paulo Maluf (PPB) e José Sarney (PMDB) empatam estatisticamente, com, respectivamente, 21%, 20% e 18%.
A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos em cada candidatura.
Ou seja, Lula tanto pode ter 23% como 19%, Maluf pode subir para 22% ou cair para 18% e assim por diante.
Mesmo Itamar Franco (sem partido) estaria na disputa, pois tem 15% das intenções de voto. Não chega a um empate estatístico nem com Lula nem com Maluf, mas embola de uma vez o panorama.
Favorito sem substituto
Já com FHC concorrendo a um novo mandato, seu favoritismo é nítido: 35% contra 18% de Lula, 13% de Maluf e 12% de Sarney.
Mais: na comparação com a pesquisa anterior, feita em setembro, FHC ganhou seis pontos percentuais, roubados dois de cada um de seus três principais rivais (Lula, Maluf e Sarney).
A vantagem de FHC diminui algo quando a pesquisa retira o nome de Lula e introduz o do prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, como candidato do PT.
Nesse caso, o atual presidente teria 33% contra 17% de Maluf, empatado com Sarney (16%).
Tarso Genro teria apenas 3%, fruto quase exclusivo de sua votação no Rio Grande do Sul, onde vai a 19% e quase encosta nos 24% do presidente.
Interior é mais FHC
O ministro da Educação, Paulo Renato, apresentado como candidato do PSDB, na hipótese de não passar a reeleição, tem desempenho idêntico ao de Tarso Genro: apenas 2% das intenções de voto.
Uma terceira simulação pressupõe que nem FHC nem Lula sejam candidatos.
Nessa hipótese, Maluf fica com 25%, empatado, no limite da margem de erro, com Sarney e seus 21%. Próximo, Itamar Franco, com 19%.
O prestígio eleitoral do presidente é maior no interior do que nas regiões metropolitanas. Nestas, ganha de Lula por apenas nove pontos percentuais (contra 21 no interior).
O Estado em que FHC obteria maior votação, se a eleição fosse agora, seria Goiás, com 48%, seguido de Mato Grosso do Sul (44%) e Pernambuco (41%).
Em São Paulo, apenas quatro pontos separam o presidente de Maluf (32% a 28%), com Lula caindo para um distante terceiro lugar (14%).
Espontânea
Quando é pedido ao entrevistado que diga em quem gostaria de votar para presidente em 98, sem lista de candidatos, FHC aparece com 20%, contra 6% de Lula, 5% de Maluf, 2% de Sarney e 1% de Itamar, Leonel Brizola e Fernando Collor.

Texto Anterior: Sobe apoio à disputa da reeleição por FHC
Próximo Texto: Vicentinho pede apoio ao plebiscito
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.