São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 1996
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Juízo

TELÊ SANTANA

Fim de ano, época de poucas notícias no mundo do futebol, as "férias" de Ronaldinho ganharam espaço na mídia.
Há poucos meses comparado a Pelé, agora o chamam de Romário, graças à viagem ao Rio num momento em que o Barcelona queria que ele ficasse na Espanha, treinando.
Juízo, Ronaldinho, que você tem um futuro brilhante pela frente. Não pode se descuidar, deixar os treinos de lado, pensar só nas coisas boas que a fama traz. Se ser famoso tem um lado bom, tem também um lado perigoso, as falsas amizades, os aproveitadores...
Barcelona-Rio não é uma simples ponte aérea. Não dá para o jogador brasileiro que atua na Europa voltar a todo momento ao Brasil. Dá saudades? Mas tudo na vida tem seu preço. Para ser um profissional bem-sucedido não basta ter talento. Juízo também é bom e conta ponto.
*
De 96, fica, para o futebol brasileiro, a lição do Grêmio, um time trabalhador, aplicado e sério, vencedor, com muita justiça, do Brasileiro.
Mas 97 vem aí e o ano já começa com tudo. De cara, o Torneio Rio-São Paulo. Importantíssima em outros tempos, quando eu ainda era jogador, eis de volta a competição. Sem o glamour de outrora, vai ser interessante acompanhar o torneio, sem falar no aspecto financeiro, um alívio para os times participantes.
Campeão duas vezes, ainda como jogador, espero repetir o título com o Palmeiras.
Apesar de só iniciar meu trabalho para valer em fevereiro, vou estar, pelo menos como bom observador, acompanhando a disputa e, em especial, o Palmeiras.
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Para quem acha que fui ingrato com o São Paulo, que chegou a me chamar para ser supervisor de futebol, ao aceitar agora o convite do rival, digo que não é verdade. E por uma simples razão: no Palmeiras, não serei supervisor. Serei técnico, mesmo que não fique no banco. No São Paulo, quantas vezes não fiquei na numerada e o Muricy, no banco, e não deixei de ser técnico?
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Feliz 1997 para todos leitores, com muita saúde, alegria, paz e gols nos estádios...

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