São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 1996
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Feliz 98, presidente

CLÓVIS ROSSI

São Paulo - Pesquisas que esta Folha publica hoje tendem a fazer com que o presidente Fernando Henrique Cardoso peça a Papai Noel, embora com atraso, uma única coisa: que, no dia 31 de dezembro, em vez de virar o calendário para 97, vá direto para 1998.
Se o velhinho atender, FHC tem enormes possibilidades de permanecer mais quatro anos se divertindo no Palácio do Planalto e no ex-sucatão, o Boeing presidencial em que viaja pelo mundo.
No quesito intenção de voto, por exemplo, vê-se que FHC partiria na frente, com 35%, mais do que a soma de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Paulo Maluf (PPB), que dá 31%.
Não chega a ser uma vantagem cômoda, mas, para um país que se habituou a ver o prestígio de seus presidentes moído implacavelmente, é o suficiente.
Resta, de todo modo, dissolver o imbróglio da reeleição. A maioria dos brasileiros (exatamente 54%) ainda se opõe a que o princípio seja aplicado para FHC, embora uma maioria do mesmíssimo tamanho aceite que haja reeleição, desde que para os futuros presidentes.
De todo modo, vem caindo sistematicamente a oposição a que FHC tenha o direito de concorrer de novo em 1998. É lógico supor que a redução do antagonismo à reeleição para FHC se deva ao cenário econômico, que melhorou na parte final do ano.
É por isso que não dá para entender a oposição do presidente (ou, no mínimo, a sua omissão) em relação ao plebiscito sobre a reeleição.
Como não está à vista uma deterioração do quadro econômico nos próximos meses, o natural é imaginar que vai cair ainda mais o número dos que resistem à tese de que FHC deve ter o direito de concorrer de novo.
Logo, são no mínimo razoáveis as chances de uma dupla vitória eleitoral, primeiro no plebiscito e, depois, na eleição propriamente dita. Não consigo imaginar massagem maior no enorme ego de FHC.

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