São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 1996 |
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1997 dá início à década do ensino fundamental
FERNANDO ROSSETTI
"O ano que vem é o ano da implantação do fundão", afirma a secretária de Ensino Fundamental do Ministério da Educação, Iara Prado, 50, que deverá estar envolvida na maioria das discussões nacionais sobre educação em 1997. Regulamentar o fundão quer dizer que cada Estado deverá aprovar em seu Legislativo as regras de funcionamento do fundo, de forma que, em 1998, a redistribuição dos recursos do ensino de fato aconteça. Em São Paulo, por exemplo, é certo que haverá um grande estímulo para que as prefeituras assumam escolas de 1º grau -pois, do contrário, 636 municípios, de 645, terão de "dar" recursos para o governo do Estado, que mantém 80% das vagas desse nível de ensino. Em outros Estados, como a Bahia, já são previsíveis as crises nas universidades mantidas pelos governos estaduais -já que o fundão "tira" dinheiro dessa área. O ano de 1997 será também aquele em que ficam prontos os Parâmetros Curriculares Nacionais da 1ª a 4ª série do 1º grau. É um amplo conjunto de orientações não-obrigatórias sobre o que se deve ensinar a alunos de 7 a 10 anos de idade, e como. "Até meados do ano queremos que os parâmetros estejam nas mãos de todos os professores, coordenadores pedagógicos, supervisores e secretários da Educação", afirma Iara Prado. Além disso, os parâmetros servirão de base para o trabalho que o Conselho Nacional de Educação acaba de começar para estabelecer os novos conteúdos mínimos obrigatórios no ensino fundamental brasileiro. A educação de jovens e adultos analfabetos ou semi-escolarizados, embora desfavorecida pelo fundão, também deverá estar no noticiário de 1997. No final de janeiro, realiza-se em Brasília um encontro latino-americano da área -considerada chave para melhorar o nível dos trabalhadores que já estão no mercado. Nesse campo, a Secretaria de Ensino Fundamental distribuirá em 1997 -em data a ser marcada- um kit de orientação a pequenas e médias empresas para montagem de cursos de alfabetização e 1º grau supletivo para seus funcionários. Em 1997 também sai o segundo guia com avaliação dos livros didáticos, já alterados após as críticas feitas no estudo de 1996. Desta vez, a avaliação atingirá as cartilhas. Ainda na área do ensino fundamental, haverá em julho um encontro nacional de professores de educação indígena -que trabalham com uma população relativamente pequena (65 mil alunos), mas central na preservação da diversidade cultural do país. (FR) Texto Anterior: As duas leis que mais mexem no ensino Próximo Texto: Nozes para desdentados Índice |
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