São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 1996
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Jamaicanos 'viajam' com a Copa de 98

Time brilha nas eliminatórias

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O reggae e a maconha já não são as únicas "paixões nacionais" da Jamaica. O futebol do país passa por seu melhor momento e pode, pela primeira vez na história, chegar a uma Copa do Mundo.
A seleção jamaicana é a grande sensação das eliminatórias da Concacaf (Confederação Norte-Centro Americana e do Caribe de Futebol). Está classificada, junto com outras cinco equipes, para o hexagonal final da entidade, que levará três times para a França.
Na fase semifinal das eliminatórias locais, foi campeã do Grupo 3, que contava com o México.
Os jamaicanos ficaram com 13 pontos, um a mais que os mexicanos, que são considerados os grandes favoritos para ir ao Mundial.
Na partida decisiva entre os times, a Jamaica ganhou por 1 a 0, em Kingston, vitória mais importante da história do país.
Nas primeiras fases da competição, a equipe já havia demonstrado o desenvolvimento de seu futebol, ao eliminar facilmente as seleções do Suriname e de Barbados.
A evolução do time, que pode se tornar o terceiro representante do Caribe em uma Copa -Cuba esteve na França, em 38, e o Haiti, na Alemanha, em 74-, pode ser observada no ranking da Fifa, entidade que rege o futebol mundial.
Em dezembro de 94, a Jamaica ocupava a 96ª posição na classificação. Um ano depois, a equipe já era a 56ª melhor do mundo. Com isso, ganhou da Fifa o título de "Best Mover of 95", como a seleção que mais ascendeu no planeta.
No ranking mais recente da entidade, a Jamaica está em 32º lugar, com 47,83 pontos, à frente de equipes tradicionais, como Uruguai, Paraguai, Bélgica, Áustria, Polônia e Iugoslávia.
Se a classificação para a Copa fosse feita com base no ranking, a Jamaica estaria com vaga assegurada no Mundial de 98, o primeiro a contar com 32 seleções.
Profissionalismo
Uma das explicações para o boom do futebol jamaicano é o profissionalismo. Não só os clubes -hoje 16 integram a divisão principal do país-, mas também os jogadores saíram do amadorismo.
Nos últimos anos, alguns dos atletas jamaicanos passaram a jogar em outros países. É o caso de Danny Maddix, que vem se destacando no Queen's Park Rangers, da Inglaterra, e de Leon Minott, que atua no Rochester, dos EUA.
Em caso de classificação para a Copa, a Federação Jamaicana promete grande prêmio aos atletas.
A média de público no Campeonato Jamaicano (quase 15 mil pessoas) é superior à do Brasileiro.
Mais de 30 mil pessoas assistiram à partida contra o México, pelas eliminatórias da Copa. Nada mal para uma pequena ilha que tinha, há poucos anos, o críquete como seu esporte mais popular.

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