São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Ano de turbulências
CIDA SANTOS Final de 96, tempo para aquele tradicional balanço. O ano, quem diria, foi de turbulências nas grandes seleções. Até Eugênio Jorge, que dirigia o supertime feminino de Cuba há mais de 20 anos, caiu. No masculino, Brasil, Holanda e Itália, as melhores seleções dos anos 90, também perderam seus comandantes. Em 97, uma nova turma assume o poder e devem pintar novidades por aí...A cena mais punk de 96 foi protagonizada por Brasil e Cuba. Em um esporte em que a rede separa adversários, a rivalidade explodiu e se transformou em empurrões e bate-boca. De reprovável, a cena ganhou novos tons: deu um toque mais humano para um esporte sempre tão certinho. Márcia Fu, aquela que encarou mesmo as cubanas, viu sua popularidade dobrar. Virou ídolo nacional. A seleção feminina também foi a autora de um dos jogos mais comoventes da história do vôlei do país. Difícil esquecer a final do Grand Prix: o Brasil tinha apenas duas reservas no banco, uma levantadora e uma líbero. Ou seja, nenhuma atacante. O jovem time que estava na quadra, liderado por Virna e Leila, venceu a Rússia no tie-break e deu o maior título da temporada à seleção. Aliás, 96 foi de Virna e Leila, as duas boas-novas da seleção que entraram na quadra e seguraram a onda. No masculino, a turma tropeçou: ficou em quinto lugar na Olimpíada e encerrou o ano com a certeza de que é preciso aumentar a estatura do time. O Brasil tem uma média de 1,95 m. Entre os 12 países que disputaram a Liga Mundial, só é mais alto do que o Japão, que tem 1,93 m. O objeto de desejo de todos os técnicos hoje é um atleta com perfil do atacante holandês Bas Van De Goor, o melhor jogador do ano. Um gigante de 2,09 m, que consegue conciliar estatura e habilidade. Um símbolo de modernidade e para onde o vôlei deve caminhar nas próximas temporadas. Texto Anterior: De anjo a demônio, uma triste sina no futebol Próximo Texto: Destaque; Palmeiras; Italiano Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |