São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 1996
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Coração vai 'a mil' no final da Brigadeiro

LUÍS CURRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O "ponto crítico" do esforço do coração de um atleta que disputa a São Silvestre ocorre bem próximo ao final da prova, quase na esquina das avenidas Brigadeiro Luís Antônio e Paulista.
É o que mostra simulação feita pela Folha com dois atletas.
Ontem pela manhã, Anderson Clayton, 21, e Hélio Faria, 62, fizeram o percurso de 15 km da prova.
Ambos correram com uma cinta magnética em volta do tórax, que interagiu com um relógio-cronômetro e possibilitou a marcação da frequência cardíaca.
A frequência foi registrada antes, durante e na chegada do percurso.
Em repouso, Clayton e Faria marcaram 43 batimentos por minuto (bpm).
Com um quilômetro, no início da descida da Consolação, tinham 161 e 119 bpm, respectivamente.
No fim da Brigadeiro, 205 e 139 bpm -o máximo de ambos. Na chegada, 195 e 135 bpm.
Frequência máxima
Na Brigadeiro, Clayton superou sua frequência cardíaca máxima (199 bpm), estipulada pelo seu treinador, o professor de Educação Física Nelson Evêncio, 25.
Segundo ele, isso aconteceu porque Clayton "correu forte, principalmente na parte final".
Não é aconselhável que o atleta ultrapasse a frequência máxima por muito tempo -pode enfartar.
Por isso, Evêncio orientará Clayton a manter uma média entre 185 e 190 bpm durante a São Silvestre.
Clayton completou a simulação com o tempo de 1h00min40s.
Faria, que correu em 1h25min30s, também teve seu "auge" cardíaco na Brigadeiro. Mas as 139 bpm são cerca de 88% de sua frequência máxima (159 bpm). "Se forçasse mais, não aguentaria correr na terça (amanhã)", comentou ele.

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