São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 1996
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Jerry Lewis volta diabólico aos palcos

ADRIANE GRAU
FREE-LANCE PARA A FOLHA

em Los Angeles
Aos 75 anos, Jerry Lewis afirma que está realizando seu segundo maior sonho: voltar ao palco. O veterano comediante só tinha como prioridade receber o Prêmio Nobel da Paz, para o qual chegou a ser indicado.
Após um ano de sucesso na Broadway interpretando o próprio demônio em "Damn Yankees", ele iniciou uma turnê de 45 semanas por 36 cidades dos EUA.
Mostrando excelente forma em três horas no palco, ele afirma que os oito shows por semana que chega a apresentar não o cansam. "Eram 56 quando eu tinha 21 anos, então só cortei a média por quatro", diverte-se.
Sua situação admirável inclui ainda o recente casamento com a ex-dançarina Sam, que lhe deu uma filha de quatro anos, Danielle. As duas o acompanham na turnê e Danielle frequenta uma escola Montessori diferente em cada cidade.
Las Vegas
Cansado do jogo da fama em Los Angeles, ele vendeu sua mansão e se mudou para Las Vegas há 25 anos. Desde então desacelerou sua carreira, participando apenas em alguns filmes -como "Arizona Dreams", de Emir Kusturica- e ocasionais shows em cassinos. Aí veio o convite para o papel principal em "Damn Yankees".
Na pele do coisa ruim -ou Mr. Applegate-, Lewis aparece no palco à caráter: todo vestido de vermelho. Canta, dança, conta piadas e até solta fogo pelas mãos -um dos efeitos especiais criados para o musical.
Estimulado pelas palmas e risadas da platéia, ele ainda encontra energia para flertar com Valerie Wright, a esguia loira com quem contracena.
Fortuna
Dono de uma das maiores fortunas do showbiz, ele chegou ao ápice da carreira ainda na casa dos 30. Foi então o ator melhor pago do cinema. Apenas os filmes que fez nos anos 50 renderam meio bilhão de dólares. Para interpretar Mr. Applegate, ele embolsa atualmente US$ 40 mil por semana, o maior salário já pago num musical da Broadway.
Sucessores
Tanto dinheiro e sucesso lhe deram fama como um dos mais arrogantes atores de Hollywood. Os estúdios foram aos poucos fechando suas portas para os projetos que ele queria produzir ou mesmo dirigir.
Como seus sucessores ele aponta Jim Carrey e Robin Williams. Mas logo em seguida afirma em tom brincalhão que ele continua sendo o melhor de todos.
Em 1995, ele escolheu pessoalmente Eddie Murphy para fazer o papel principal em "The Nutty Professor" ("O Professor Aloprado"), que Lewis escreveu, dirigiu e estrelou em 1963.
FilantropiaEnvolvido diariamente com a Jerry Lewis Muscular Dystrophy Telethon,
ele comparece constantemente ao escritório da entidade para verificar como anda o trabalho de levantamento de fundos para a pesquisa sobre distrofia muscular.
No final de suas apresentações nos teatros, ele anuncia que membros do elenco estarão coletando dinheiro dos espectadores na saída.
"É uma luta que comecei há 48 anos", diz ele. "Espero que pessoas jovens que se importam com os mais velhos me ajudem a ir adiante."

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