São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 1996
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Hits de rádio são ignorados

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Os sambistas que mais vendem discos no Brasil atualmente são ignorados nas rodas de samba.
Martinho da Vila (1,2 milhão de cópias vendidas de seu último álbum, "Tá Delícia, Tá Gostoso") e Zeca Pagodinho (200 mil cópias com "Deixa Clarear") não têm suas músicas tocadas nesses locais.
Nas rodas, os músicos dão total preferência aos compositores cariocas mais antigos -Cartola, Noel Rosa, Nelson Cavaquinho- e aos nem tanto -como Wilson Moreira e Paulinho da Viola, o mais executado.
Quanto aos sambas-enredo -pouco tocados-, é dada preferência aos clássicos de linha mais melódica, como "Os Sertões", da escola de samba Em Cima da Hora, e "Kizomba, a Festa da Raça", da Vila Isabel.
Só eventualmente são tocadas músicas de compositores de outros Estados, como Adoniran Barbosa.
Totalmente barrados, mesmo, são os hits de pagode. "Tem gente que vem, pergunta se tem pagode e vai embora. É gente sem sensibilidade musical", diz Alfredo Melo, do Bip-Bip.
Beth Carvalho discorda. "Os grupos de pagode são uma outra vertente. O importante é que estejam cantando em português e com ritmo de samba. Quem ouve acaba se interessando pelo samba tradicional."
(MM)

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