São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Índice

Federação das Indústrias do AM apóia apuração

IGOR GIELOW
DO ENVIADO ESPECIAL

Os empresários da Zona Franca dizem considerar ótima a visita da comissão de deputados para apurar denúncias de fraudes.
Segundo Flávio Dutra, diretor-executivo da Fieam (Federação das Indústrias do Amazonas), não há motivos para os empresários da Zona Franca de Manaus temerem os deputados.
"Ao contrário, queremos é que um número cada vez maior de brasileiros conheça a Zona Franca. Estamos convictos que sairão daqui como defensores do modelo", afirmou.
A denúncia do deputado Salomão Cruz (PSDB-RR), que deu origem à comissão, elabora uma lista com 53 empresas que deveriam ser investigadas.
A lista foi feita em 94. Isso torna difícil o trabalho da comissão, mesmo porque pode haver casos resolvidos pela Suframa.
Segundo a Folha apurou, o perfil da empresa que comete fraudes é o seguinte: porte pequeno e de montagem de componentes. Mas há sempre suspeita sobre os procedimentos fiscais em várias áreas, como importação de partes de produtos.
Cassação
Em 96, dez empresas tiveram seus benefícios cassados pelo Conselho de Administração da Suframa. A relação é sigilosa, mas a Folha obteve acesso a uma lista parcial, composta por: Kia Motors da Amazônia, Crown Clark da Amazônia, Ieal, Spike e Cerberos. Os motivos da cassação não estão explicitados.
A Kia, que fabrica utilitários, afirma que a cassação apenas confirmou sua saída da Zona Franca, ocorrida em 1993.
"Mexeram no PPB e nos obrigaram a fazer soldagem e pintura em Manaus. Isso era inviável e saímos", disse o diretor-presidente da empresa, José Luís Grandini, que diz não ter recebido nenhum benefício desde que a empresa saiu da Zona Franca.
Segundo Antônio Cantero, da Crown Clark em Vinhedo (SP), a produção de tampinhas metálicas para garrafas em Manaus "não teve evolução satisfatória". Ele não detalhou os problemas.
A Ieal, única empresa que ainda mantém estrutura em Manaus, não comentou o caso na semana passada. Segundo um funcionário da diretoria que se identificou como Renato, ninguém poderia dar informações. A Ieal produz eletroeletrônicos.
A Cerberos e a Spike não foram localizadas em Manaus ou São Paulo. Segundo o Cieam (Centro das Indústrias do Amazonas), a primeira chegou a ser registrada em Manaus, mas a entidade não soube dizer seu paradeiro.
(IG)

Texto Anterior: Vantagens para CDs e motos devem ser alteradas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.