São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Crítica de FHC não reabre auditoria

BB considera caso encerrado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BB (Banco do Brasil) não reabriu a investigação sobre a quebra do sigilo bancário de nove parlamentares do PPB, apesar de o presidente Fernando Henrique Cardoso ter dito estar insatisfeito com o resultado da auditoria concluída há 11 dias.
Segundo a assessoria do BB, o caso foi considerado encerrado no último dia 20, com a divulgação de uma nota oficial sobre a auditoria. A nota não aponta responsáveis pela quebra do sigilo bancário e isenta autoridades do governo pela elaboração da lista.
Antes de viajar para Porto Alegre, o presidente do banco, Paulo César Ximenes, não manifestou qualquer intenção de reabrir o caso. Ximenes retornará a Brasília no dia 6 de janeiro.
Embora FHC tenha se queixado do resultado da auditoria, o Palácio do Planalto ainda não tomou nenhuma decisão no sentido de levar adiante as investigações. O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, chegou a dizer, na época, que a intervenção no banco não estava descartada.
Os três funcionários do BB afastados dos cargos durante as investigações já retomaram o trabalho.
São eles Manoel Pinto, segundo homem da hierarquia do banco, Waldemar Júnior, coordenador-chefe da assessoria parlamentar, e Plínio Gonçalves Dutra, um dos subordinados de Júnior e suspeito de ter vazado a lista.
No dia seguinte à conclusão da auditoria, Plínio insistiu em que a lista, com informações bancárias de nove deputados da Executiva do PPB, teria sido feita a pedido do Palácio do Planalto.
Plínio é amigo de Ronald Christian Bicca, advogado do PPB que recebeu a lista do BB no dia 27 de dezembro, às vésperas da Convenção Nacional do partido. Na ocasião, foi recomendado aos parlamentares o apoio à reeleição para os sucessores do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Até ontem, Plínio não havia sequer sido transferido da assessoria parlamentar do BB, onde exerce cargo de confiança.

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