São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Piora poluição em três praias do Guarujá

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

Aumentou o nível de poluição nas praias da Enseada, Pitangueiras e Astúrias, no Guarujá (87 km de SP), no último final de semana.
Dessa forma, as três praias continuam impróprias ao banho.
A Cetesb divulgou ontem o resultado da análise de amostras de água do mar coletadas, na cidade, no sábado e no domingo.
Os piores índices foram registrados no trecho perto da estrada de Pernambuco, na Enseada. A água apresentou 6.131 coliformes fecais no sábado e 4.884, anteontem.
Nas últimas coletas na mesma área, os níveis foram de 230, 1.733 e 770 coliformes fecais nos dias 22, 24 e 26, respectivamente.
Para ser imprópria, a água deve apresentar nível superior a mil coliformes fecais em mais de 20% das últimas cinco análises.
Coliformes fecais são bactérias comuns na flora intestinal de animais de sangue quente. Embora não sejam patogênicas, servem como indicadores de que há presença de fezes misturadas à água.
E, nas fezes, há outros microorganismos, que podem provocar doenças (leia texto abaixo).
Ainda na praia da Enseada -trecho da rua Chile-, a Cetesb encontrou a maior oscilação entre índices: 52 coliformes fecais, sábado, e 6.488, no domingo.
Em Pitangueiras, foram registrados, anteontem, 1.789 coliformes fecais (trecho da av. Puglisi) e 2.187 (rua Silvia Valadão).
Em Astúrias, o nível oscilou de 1.733 (dia 26) para 547 (sábado) e 1.860 (domingo).
Tubulação
Ontem, a Sabesp comunicou que o vazamento, a 500 metros da praia, do emissário submarino da Enseada foi contido por uma luva provisória de aço inoxidável.
O rompimento da tubulação que lança o esgoto no mar é considerado um dos responsáveis pelo aumento da poluição no Guarujá.
Segundo o vice-presidente de litoral da Sabesp, Oswaldo Aly, os dejetos estão sendo lançados, desde o dia 26, a 1.100 metros da costa -em outra ruptura do emissário, que tem 4.000 metros de extensão.
Ainda assim, o nível de poluição continua subindo. O maior número de turistas e as ligações clandestinas de esgoto também colaboram para poluir as praias.
O vazamento foi constatado em maio. "Na época, consultamos firmas para obter orçamentos para os reparos", contou Aly.
"Contratamos, em setembro, a Dratec para fazer o trabalho, mas entre setembro e novembro, a agitação do mar não dá condição para trabalhos submarinos", disse.
Segundo ele, o emissário do Guarujá não está bem ancorado no fundo do mar. Ao se movimentar, há fadiga nos parafusos dos carretéis que unem trechos da tubulação, ocasionando rompimentos.

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