São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Cai o ritmo de crescimento da população

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Os primeiros dados da contagem da população em 1996 confirmam o que técnicos do IBGE já esperavam: o ritmo de crescimento da população do país segue caindo.
Os dados, relativos a seis Estados e ao Distrito Federal, foram divulgados ontem pelo instituto.
Segundo Luiz Antônio de Oliveira, chefe do Departamento de População e Indicadores Sociais do IBGE, a população cresce hoje a um ritmo próximo de 1,4% ao ano.
Atualmente, cada mulher brasileira em idade fértil tem 2,4 filhos. Em 1970, a média era de 5,8 filhos.
Oliveira espera que, até o final do século, o índice anual de crescimento caia para 1,15% ao ano.
Se isso se confirmar, a população brasileira chegará a 165,7 milhões no ano 2000. Atualmente, o país tem de 158 milhões a 159,5 milhões de habitantes.
Para Luiz Antônio de Oliveira, as razões do menor crescimento estão relacionadas, principalmente, ao maior acesso da população às técnicas de controle de natalidade.
O número oficial da população será divulgado no dia 22 de janeiro, junto com os últimos Estados a terem sua populações tabuladas.
Devido a problemas de coleta de dados na região metropolitana da capital, São Paulo deverá estar nessa leva. Houve atrasos também em Salvador, Londrina (PR) e em algumas regiões do Pará, mas as coletas devem terminar hoje.
Antes, no dia 9, serão divulgadas as populações de mais oito ou nove Estados, entre os quais o Rio.
Dentre os Estados que tiveram seus resultados divulgados ontem, os que tiveram menor crescimento populacional foram os do Sul.
O menor índice foi o do Rio Grande do Sul: 1% ao ano desde 91, passando de 9,13 milhões para 9,62 milhões. A capital gaúcha, Porto Alegre, teve crescimento anual de 0,5% (de 1,25 milhão para 1,28 milhão nos últimos cinco anos).
"O Rio Grande já tem uma população mais ou menos estabilizada", disse Oliveira.
Em Santa Catarina, o crescimento foi de 1,4% ao ano, saltando de 4,54 milhões para 4,86 milhões. Em Florianópolis, o índice anual ficou em 1%.
As taxas de crescimento foram maiores no Norte e no Centro-Oeste. O maior índice foi em Tocantins (Estado criado pela Constituição de 88): 2,7% ao ano.
A população da capital, Palmas, cresceu 28,7% ao ano, pulando de 24 mil, em 91, para 86 mil, em 96. "Palmas é uma cidade ainda em construção", justificou Oliveira.
Em Roraima, o crescimento populacional está em 2,6% ao ano, com 1,3% na capital, Boa Vista. Goiás registrou crescimento anual de 2,3% (1,6% em Goiânia). O Distrito Federal teve índice 2,6%.
Segundo Oliveira, todos os dados estão de acordo com a expectativa do instituto.

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