São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Crise reduz presença mexicana

DA REPORTAGEM LOCAL

A crise econômica mexicana reduziu a participação dos atletas daquele país na São Silvestre.
A superdesvalorização do peso face ao dólar, depois de uma onda de privatizações e da dolarização da economia, vem causando, desde 94, uma instabilidade no país, com a volta dos preços altos e um grande déficit social.
Com uma média de 20 atletas nos últimos anos, o México terá hoje apenas cinco atletas na prova.
Até o ano passado, muitos corredores vinham por conta própria, pagando suas passagens e estadia. Este ano, dos cinco participantes, quatro vieram como convidados, tendo todas as despesas e cachê pagos pela organização da prova.
Segundo o coordenador-técnico da São Silvestre, Agberto Guimarães, 14 mexicanos participaram da corrida no ano passado, mas até 94 esse número sempre ultrapassava os 20. "Antes vinha uma turma grande, em clima de festa, mas agora só estão os de elite".
Dois dos favoritos este ano, os mexicanos German Silva e Benjamin Paredes concordam que a crise é a principal causa da situação.
"Os corredores vêm das classes pobres e essas foram as mais afetadas pela crise. Muitos não têm dinheiro para comprar um tênis, imagine para pagar uma passagem aérea", disse Silva, 3º lugar na prova em 94 e bicampeão da Maratona de Nova Iorque (94 e 95).
Apesar da situação, Silva não pensa em deixar o país. "Só não saio porque a crise não me afetou, já que ganho em dólar".

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