São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 1996
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Roupa velha

MELCHIADES FILHO

O ano é novo a partir da meia-noite. Mas, na NBA, o velho tomou conta da festa.
Já escrevi neste espaço sobre a ressurreição do basquete lento, tática típica dos anos 50, quando a liga americana festejava apenas uma década de vida.
Agora, é a vez da consagração individual dos veteranos.
O ala Dominique Wilkins, 37 (um ano só a menos que o Oscar!), é o melhor exemplo.
Depois de um ano afastado da NBA (faturou o título europeu pelo Panathinaikos grego), entrou no San Antonio pela porta dos fundos. Assinou pelo salário-mínimo (US$ 247,5 mil) para ser opção ofensiva de banco.
Hoje, com a contusão do pivô David Robinson e a má fase do ala Sean Elliott, transformou-se no cestinha do time, com média de 19,3 pontos por partida.
O New York, por sua vez, tinha contratado Buck Williams, 36, presidente do sindicato dos atletas, apenas para apaziguar ânimos nos vestiários.
Mas o ala-pivô provou que ainda sabe pegar rebotes (5,3 por jogo) e tornou-se xodó do técnico Jeff van Gundy.
Os pivôs Rick Mahorn, 38, e Robert Parish, 43, vivem a mesma situação no Detroit e Chicago. Resgatados da aposentadoria para exercer liderança fora das quadras, têm atuado mais do que eles esperavam (acima de dez minutos por jogo).
No Denver, o reinado é do armador-ala Dale Ellis, 36, exímio atirador de longa distância, até ontem o 25º cestinha da NBA, 19 pontos por partida.
Outros que resistem na liga: Craig Ehlo, 35, Seattle; Jerome Kersey, 34, LA Lakers; Derek Harper, 35, Dallas; e Mark West, 36, Cleveland.
O caso mais divertido é o de John Long, 40. Sua contratação pelo Toronto virou piada na NBA. Até que, em seu segundo jogo, o armador fez a cesta da vitória, a nove segundos do fim, sobre o Washington (82 x 80).
Em tempo: o Chicago, favoritíssimo ao bi, é o time mais velho da liga, média de 30,8 anos.

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