São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Entidades ameaçam romper com direção da CUT
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
Em nota interna obtida pela Folha, entidades e dirigentes dizem que "é absolutamente inaceitável que uma instância de direção, que reunirá apenas a cúpula da central, decida sobre a questão em pauta (o acordo com o governo)". Os sindicalistas dizem, na nota, que "uma decisão tomada em uma instância como esta (a direção nacional), se abre mão de qualquer direito dos trabalhadores, será passível de questionamento e será questionada, pois estará ferindo princípios fundamentais da nossa central, como a democracia e a soberania da base". Assinam a nota dirigentes de duas correntes minoritárias na CUT: o Movimento por uma Tendência Socialista, agrupamento recém formado que reúne o PSTU -Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, ex-Convergência Socialista-, o PCB, independentes e petistas, e a Corrente Sindical Classista (PC do B). Mas também integrantes da Articulação Sindical, a corrente do presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, assinam o documento. É o caso da direção da Andes (Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior), cuja maioria é da Articulação, e do presidente do Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros) de Duque de Caxias, Nilson Viana Cesário. Averaldo Menezes de Almeida, o presidente do Sindipetro de Cubatão, independente, que ficou conhecido por suas críticas ao PT e à CUT durante a greve dos petroleiros do ano passado, assina a nota, entre outros dirigentes e entidades. Os sindicalistas exigem a convocação de uma plenária nacional de todos os sindicatos filiados à CUT para discutir o acordo, com delegados tirados em assembléias. Pedem que Vicentinho abandone as negociações com o governo e querem a convocação de uma greve geral contra o fim da aposentadoria por tempo de serviço. Em São José dos Campos (97 km a nordeste de SP), as correntes minoritárias da CUT deflagraram campanha contra a participação de Vicentinho nas negociações. Segundo Luiz Carlos Prates, do PSTU e da direção Sindicato dos Metalúrgicos, o grupo espera até amanhã coletar 5.000 assinaturas de apoio à nota divulgada ontem. Colaborou a Folha Vale Texto Anterior: O QUE VICENTINHO AINDA QUER NEGOCIAR Próximo Texto: Vicentinho fala sobre aposentadorias no ABC Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |