São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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Embaixada organizou viagem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Gilberto Miranda disse que a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos foi responsável pelo contato com a Raytheon e pelos preparativos de viagem, inclusive dos trechos feitos em avião da empresa norte-americana.
Questionado pela Folha sobre quem havia arcado com os custos da viagem aos EUA, Miranda afirmou que pagou tudo do próprio bolso. Ao ter acesso ao documento interno da Raytheon, ele disse que as viagens foram feitas em avião da empresa, mas sob responsabilidade da Embaixada do Brasil.
A diplomacia brasileira em Washington confirmou que foi a responsável pela organização da viagem do peemedebista. Mas disse que seguiu estritamente as instruções do senador, passadas por intermédio do Ministério das Relações Exteriores.
Segundo o relato da embaixada, em 4 de outubro de 1995, o Itamaraty informou quem o senador gostaria de visitar durante sua estada nos EUA. A embaixada apenas agendou os contatos.
O senador disse que esteve com os diretores da Raytheon, em Massachusetts, e na base da Marinha, em Virgínia, no mesmo dia. Contestou, no entanto, que tenha concordado com os diretores da empresa que o sistema OTH seria inadequado ao Sivam.
Argumentou que mudou de posição, passando a combater a Raytheon, após analisar com profundidade o contrato entre o governo brasileiro e a empresa dos EUA.
O senador afirmou que, em viagem pela Rússia, Ucrânia e EUA, no final de 1995, tomou conhecimento de outros equipamentos mais modernos e baratos do que os da Raytheon.
Miranda disse que o mais importante do caso Sivam é uma mudança no projeto que teria beneficiado a Raytheon com um suposto desvio de US$ 90 milhões.
O senador se referia à substituição da empresa Westinghouse pela Martin Marrieta como fornecedora de parte dos equipamentos. A mudança gerou protestos da Westinghouse, que havia recebido correspondência oficial que a declarava vencedora da concorrência.

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