São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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PMDB rejeita rompimento com governo

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB arquivou a ameaça de rompimento com o governo. A proposta de reavaliação do apoio dos peemedebistas a FHC ficou de fora da pauta da convenção do maior partido do Congresso e base de apoio do Planalto.
A convenção foi marcada oficialmente ontem, pela Executiva do partido, para 24 de março.
O PMDB promete apoiar a reforma da Previdência no Congresso (na forma do acordo fechado com as centrais sindicais), mas avalia que o relacionamento político com o governo não está livre de problemas já na campanha municipal, considerada um trampolim para a sucessão presidencial.
"No campo político, há um conflito aberto porque o PMDB terá um candidato à Presidência da República", disse o presidente do partido, Paes de Andrade.
É por causa da sucessão presidencial de 1998 que a cúpula do PMDB se opõe à presença de ministros no palanque das eleições de outubro. "Como temos um projeto de poder e os tucanos pretendem permanecer no poder por 30 anos, o PMDB e o governo são como linhas paralelas, que jamais se encontrarão", concluiu Paes.
Na campanha eleitoral deste ano, o PMDB pretende subir no palanque com um discurso contra o "custo social perverso" do Real.
O desemprego foi apontado numa pesquisa de opinião encomendada pelo partido como a principal preocupação do eleitorado. Saúde e educação vêm em seguida.
A ameaça de romper com o governo, porém, foi retirada de pauta ontem. O deputado Paes de Andrade, que chegou a defender a revisão do apoio ao governo, disse que o assunto não poderá ser objeto de voto entre 976 convencionais do partido, em março.
A pesquisa encomendada pelo PMDB ao Gallup reforça a manutenção do apoio a FHC. Cerca de 70% dos simpatizantes do partido defenderam o apoio ao governo. FHC teve 42% de aprovação geral.
A pauta da convenção do dia 24 tem seis temas: a reeleição para cargos executivos; a reforma nas aposentadorias; direitos adquiridos pela Constituição; a privatização da Vale do Rio Doce; aplicação de recursos públicos em fundos e a situação do partido nos Estados.

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