São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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Paulistano sofre 'pragas' de janeiro com 23 dias de chuva

DA REPORTAGEM LOCAL

O mês de janeiro termina com um balanço de 23 dias de chuvas e com a maioria da população tendo tido que enfrentar pelo menos uma das "pragas do mês": alagamento, falta de luz, falta de água, surto de leptospirose e congestionamentos em um mês de férias.
A dona-de-casa Marisa Penkal, 43, perdeu tudo o que tinha. Ela mora na avenida Teresa Cristina, no Ipiranga (zona sul).
A água atingiu um metro em sua casa no dia 3, primeiro dia de chuva no mês. Seu filho Giuliano, 12, foi arrastado pela correnteza até a Mooca (zona leste) e resgatado pelos bombeiros.
Ela dormiu uma noite na rua, ficou três dias sem luz e passou dois dias internada em um hospital com suspeita de leptospirose.
Anteontem, a água voltou a entrar em sua casa e o quadro de luz estourou por causa da chuva. "Hoje (ontem) fiquei sem água porque a Sabesp fará consertos no encanamento."
Ontem, a Defesa Civil contava 801 desabrigados no Estado. Houve 24 mortos por causa da chuva e 16 por leptospirose.
Anteontem, 360 mil pessoas ficaram sem luz. Na quinta passada, 1,5 milhão. O problema vai continuar (leia texto abaixo).
As chuvas também causaram a queda de 404 árvores no mês. Segundo a Eletropaulo, 80% dos casos de falta de energia são provocados por queda de árvores.
Anteontem, uma árvore de dez metros caiu sobre a biblioteca da Cinemateca Brasileira, derrubando o telhado e uma parede. 10 mil livros e 1.800 revistas do acervo foram danificados.
O rodízio na abastecimento de água atinge 4,2 milhões de pessoas. Muitas ficam sem água até 18 dias. Deveriam ter água a cada dois. Para Dulcinéia Pereira de Barros, 35, moradora de Guaianazes (zona leste), tomar banho ou fazer almoço é um luxo. "Lavar roupa ou louça, nem pensar." Ela está sem água há três dias.

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