São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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Dólar comercial sobe no mercado futuro

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A nova banda de variação do câmbio, que passou a valer ontem, fez com que o mercado financeiro ajustasse para cima sua expectativa com relação à taxa de desvalorização do real neste ano.
Até terça-feira, antes, portanto, do anúncio da nova banda, as operações com dólar na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) sinalizavam uma desvalorização do real frente à moeda norte-americana próxima de 7,5% no ano.
Ontem, as cotações para entrega futura do dólar, na BM&F, subiram e passaram a apontar uma desvalorização mensal de cerca de 0,8%, nos próximos três meses.
Isso significaria corrigir o real frente ao dólar em cerca de 10% em 96, incluindo a desvalorização de janeiro, que ficou em 0,6%.
Caso a expectativa do mercado seja correta, a nova banda de variação do dólar teria validade para todo o ano de 1996.
E, no final de dezembro, o dólar estaria valendo R$ 1,067, praticamente o máximo permitido pelo BC desde ontem (R$ 1,06).
A mudança da banda cambial foi bem recebida pelas instituições financeiras internacionais sediadas no país. A mudança indicou que o BC não se deterá na tal barreira psicológica da paridade entre o real e o dólar.
O BC escolheu muito bem o dia para alterar a banda do câmbio. Na terça-feira, o saldo cambial (incluindo as operações financeiras e as comerciais) foi positivo em US$ 372 milhões.
O resultado significa quase três vezes mais o volume médio de entrada de moeda norte-americana no mês de janeiro, que ficou em US$ 140 milhões.
No mês de janeiro, o saldo de dólares deve ficar positivo em US$ 2,9 bilhões. A maior parte desse resultado se deve a entradas financeiras, que até terça somaram superávit de US$ 1,9 bilhão.
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem registrando alta de 0,35%, com 51.515 pontos, movimentando R$ 330 milhões.
No Rio de Janeiro, o índice Senn subiu 1,14% e o volume de negócios ficou em 21,5 milhões.
O mercado acionário deve abrir hoje refletindo a queda dos juros no mercado financeiro internacional, principalmente por causa da taxa norte-americana "prime", que caiu de 8,5% para 8,25%.

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