São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996![]() |
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Argentina desconfia da ação
DENISE CHRISPIM MARIN
Em parte, a reação se deveu às notícias equivocadas publicadas em quatro dos principais jornais de Buenos Aires -dois dos quais especializados em economia. Em primeira página, todos registraram que havia ocorrido desvalorização de 7% (ou 6,6%) na moeda brasileira. De fato, o que houve foi a alteração nas bandas cambiais. A UIA (União Industrial Argentina) manifestou seu temor de que, com a possibilidade de desvalorização do real, haja mais dificuldades para a venda de seus produtos no Brasil. "Essa mudança gera preocupação", afirmou o diretor da UIA e deputado federal Claudio Sebastiani. "No fundo, é uma resposta às pressões da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) quanto à competitividade brasileira. Não é bom sinal", completou. O presidente da CGT (Confederação Geral do Trabalho), Gerardo Martínez, afirmou que a decisão brasileira serve como alerta para a Argentina cuidar melhor de sua produção interna e preservar empregos. Embora reconheça que a alteração não deve repercutir no mercado argentino, o economista Luis Secco, 32, coordenador do Estudio MAM Broda e Associados, avalia que o clima de desconfiança deve permanecer em seu país. "O problema é que não se sabe se foi a primeira de muitas mudanças cambiais ou se foi a última", afirmou Secco à Folha. "Quando se alteram as regras, há estímulo para que novas mudanças ocorram." Secco, entretanto, considera que as autoridades brasileiras não devem desestabilizar a política cambial. "É difícil depreciar o câmbio quando há forte ingresso de capitais, como é o caso do Brasil", afirmou. O consultor financeiro Walter Fabian Morales comparte as expectativas de Secco. "Mesmo que haja desvalorização do real, a Argentina não será afetada", disse. Texto Anterior: Para FHC, paridade é fetiche Próximo Texto: Medeiros afirma ser contra parcelar FGTS Índice |
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