São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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Medeiros afirma ser contra parcelar FGTS

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Força Sindical, Luís Antônio de Medeiros, disse não ser possível aceitar que trabalhadores demitidos recebam de forma parcelada o seu FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
"Isso é maluquice", afirmou o sindicalista ontem no Rio.
Esta proposta foi defendida pelo diretor de fundos da CEF (Caixa Econômica Federal), Walter Hiebert, que ficou de apresentá-la ao ministro do Trabalho, Paulo Paiva, como meio de combater saques fraudulentos do fundo.
O ministro esteve ontem no Rio e evitou criar polêmica. Questionado duas vezes por jornalistas se havia no governo proposta de parcelamento, respondeu: "Não conheço nenhuma decisão do governo neste sentido".
Paiva e Medeiros participaram de debate promovido pela Associação Comercial do Rio, no centro.
No encontro foram discutidas possíveis propostas comuns entre governo, iniciativa privada e trabalhadores para se combater o desemprego.
Medeiros elogiou o que considera uma mudança de posição do governo, que até há dois meses, segundo ele, parecia não se preocupar com a questão do alto índice de desemprego no país.
Negociação
Ele defendeu uma negociação comum, desde que não sejam prejudicadas conquistas dos trabalhadores.
Sobre o parcelamento do FGTS, disse: "Se tem fraude, vamos combater com polícia, e não prejudicando o direito do trabalhador".
O ministro disse não estar anunciando qualquer "medida unilateral do governo", mas se reunindo com empregadores e trabalhadores para se tentar chegar "a medidas consensuais".
Segundo ele, uma das alternativas estudadas para se combater o desemprego seria a legalização do contrato de serviço por tempo determinado, para beneficiar jovens e pessoas mais velhas, que em geral têm dificuldades de obter emprego.
Medeiros mostrou-se cauteloso em relação à proposta. Para ele, primeiro é preciso se provar que "isso gera emprego".
O líder sindical disse desconfiar que o trabalhador perca um direito e não haja geração de emprego.
Ele citou o caso da Espanha, afirmando que no país foi adotada medida semelhante e continua alta sua taxa de desemprego.
"Há estudos que mostram que na Espanha (essa medida) não gerou emprego", afirmou.

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