São Paulo, quinta-feira, 1 de fevereiro de 1996
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Falta um peso-pesado entre a teenbolada

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, tem mais acertos do que desacertos a convocação da teenbolada brasileira para o Pré-Olimpico, anunciada pelo velho Lobo (às vezes, parece mais uma raposa, némesmo?) do fut Zagallo.
Como se viu no torneio perdido para os miguelitos da tequilla (e o Brasil anda cada vez mais cucaracha), os novos canarinhos têm um esqueleto, uma espinha dorsal, uma formatação básica que permite vislumbrar uma participação na Olimpíada dos EUA, e até sonhar com um novo título mundial na terra dos bravos.
(Se bem que é muito cedo para sonhar com essa conquista: o fundamental agora é a concentração na pré-qualificação).
O reforço dos recém-aposentados da teen-bolada Roberto "Eu Sou Terrível" Carlos e Little Big Junior, amadurecidos na dura adega européia do fut, certamente darão uma "hypada", um upgrade nas artes e manhas da rapaziada.
(O "Cartão Verde", outro dia, divagava sobre quem seria o melhor jogador do mundo na atualidade. De fato, apesar de muitos cracões soltos por aí, a escolha é difícil porque nenhum deles ganhou vantagem expressiva sobre os outros, mesmo o yeah! Weah. De qualquer forma, entre os três melhores do mundo, Roberto Carlos certamente tem a sua vaguinha).
Agora, seu Zagallo, na ausência do Ronaldinho, não havia dúvidas, némesmo? Luizão no comando do ataque. Esse escrete canarinho ressente-se justamente de um peso-pesado dentro da área.
*
Henrique é um zagueiro de fibra, voluntarioso. Não chega a ser o craque que o Corinthians precisa para a posição, mas também não compromete.
Sua conduta correta, discreta, mas firme e decidida, deu-lhe autoridade para assumir a capitania do time. Um capitão, aliás, legitimado pelos torcedores e pelo resto do elenco.
O que a diretoria do Corinthians está fazendo com o jogador, um dedicado profissional, é, no mínimo, desumano, para não dizer coisas piores.
Henrique reclamou de um absurdo: o excesso de jogos amistosos marcados para o início da temporada pelos dirigentes corintianos (que demonstram mais uma vez que a modernização da administração do time é apenas marketing sem nenhuma consistência).
Os prejuízos dos excessos de amistosos foram logo demonstrados: o time perdeu dois pontos em Ribeirão para o próprio cansaço. Prejuízo, aliás, a ser pago pelas vítimas, jogadores e o técnico.
Levante a cabeça, Henrique, porque a sua causa está certa. Você defendeu mais o interesses do clube pelo qual joga do que seus dirigentes, com a sua (deles) vista curta. E pernas curtas, também.
*
Cometi uma injustiça na coluna da terça. Na vitória da Portuguesa sobre o Araçatuba também foi respeitada a regra de camisas, calções e meias de cores nitidamente diferenciadas.
Ontem, no único jogo que dei uma espiada, São Paulo e XV de Jaú respeitaram elegantemente o protocolo.

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