São Paulo, sábado, 3 de fevereiro de 1996
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Explosão em prédio mata cem na China

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

Pelo menos cem pessoas morreram e 400 ficaram feridas na explosão de um depósito ilegal de dinamite em Shaoyang, cidade na região central da China. O depósito ficava no subsolo de um prédio de apartamentos, que foi completamente destruído.
A explosão ocorreu na quarta-feira. Trabalhos de resgate continuavam ontem e havia poucas chances de encontrar sobreviventes sob os escombros.
O número de mortes ainda pode aumentar, por causa dos feridos em estado grave e da possibilidade de haver mais vítimas sob os escombros.
A maioria das vítimas é de moradores do prédio. Boa parte dos edifícios da vizinhança também foi danificada.
A explosão ocorreu pouco antes das 20h (10h de Brasília) na quarta-feira. A China costuma ser lenta na divulgação de tragédias, na tentativa de diminuir impacto de notícias negativas.
No porão do prédio havia dez toneladas de dinamite usada para fins militares. Ela pertencia a He Geng, um morador do edifício que fazia comércio ilegal de explosivos.
A polícia investiga a possibilidade de a explosão ter sido provocada num ato de vingança. Buscava também determinar o que provocou a explosão.
Segundo a TV chinesa, Geng teria morrido na tragédia. Segundo versões não-confirmadas, ele teria recebido a dinamite como pagamento de uma dívida.
No local do prédio de cinco andares ficou uma cratera de 30 metros de diâmetro e 10 metros de profundidade, publicou ontem o "Diário de Hunan". Shaoyang fica na Província de Hunan.
Segundo o jornal, casas e prédios a 100 m de distância da explosão foram danificados. As casas de cerca de 40 famílias sofreram estragos. Janelas num raio de 2 km se quebraram.
Um funcionário do governo local, ouvido pela agência de notícias "Reuter", disse que quando ouviu a explosão pensou tratar-se de um terremoto. Shaoyang tem 200 mil habitantes. O prédio ficava no subúrbio de Jiqicun (pronuncia-se djitchicun).
Entre os 400 feridos, havia 117 em estado grave. A TV chinesa mostrou ontem imagens dos trabalhos de resgate.
Policiais, bombeiros e voluntários procuravam pessoas soterradas sob os escombros. Parte do trabalho de busca era feito com as mãos, tentando abrir buracos que pudessem ajudar a localizar sobreviventes.

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