São Paulo, sábado, 3 de fevereiro de 1996
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Assassinada testemunha-chave em processo contra Ernesto Samper

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A colombiana Elizabeth Montoya de Sarría, uma das testemunhas-chave da investigação contra o presidente Ernesto Samper, foi encontrada morta dentro de um apartamento em Bogotá.
Ela é apontada como interlocutora de Samper em um diálogo telefônico gravado e descoberto no ano passado. Nele, Elizabeth tentava convencer Samper a participar de uma reunião com supostos financiadores da campanha.
O grupo Dignidade pela Colômbia assumiu a autoria do crime, horas depois de achado o corpo. O grupo até agora só era conhecido por um atentado contra o ex-advogado de Samper José Antonio Cancino.
Elizabeth era casada com Jesús Amado Sarría, preso por ligação com o narcotráfico
Ela foi encontrada morta com 12 tiros, junto com outro homem, identificado como Humberto Vargas Rojas. A polícia soube do crime por ligações anônimas. Ela desaparecera após a denúncia.
O presidente voltou a dizer ontem que só renunciará ao cargo se perder um plebiscito (sem data) convocado por ele mesmo. Neste caso, as perspectivas para ele são más: pesquisa divulgada do Centro Nacional de Consultoria mostra que 60% do eleitorado quer que ele deixe o governo, contra 37%.
A crise contra Samper (pronuncia-se Sampér), 45, tornou-se mais grave neste mês, quando seu ex-ministro da Defesa, Fernando Botero Zea disse que o presidente sabia da entrada de dinheiro dos traficantes de cocaína do cartel de Cali na campanha eleitoral.

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