São Paulo, domingo, 4 de fevereiro de 1996 |
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Governo cria fundo contra desemprego Valor total deve atingir R$ 6 bi em obras públicas FERNANDO RODRIGUES
Esse dinheiro terá duas fontes: R$ 3,5 bilhões do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e R$ 2,5 bilhões de privatizações. O dinheiro do FAT já está disponível no saldo bancário desse fundo. Os recursos das privatizações ainda são apenas uma promessa -dependem de as empresas estatais serem vendidas. A gerência do superfundo será do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Mas dirigentes sindicais e empresários terão participação na escolha do destino das verbas. Para gerir o superfundo no BNDES foi indicado o secretário-executivo do Condefat (Conselho Deliberativo do FAT), Daniel Ribeiro de Oliveira. Além do cargo que ocupa, Oliveira terá um assento no Conselho Administrativo do BNDES. O FAT é um fundo controlado por representantes do governo, trabalhadores e empresários. Essa estrutura seria usada para sugerir o uso do dinheiro do superfundo. A idéia é jogar os recursos em obras públicas paralisadas, como os metrôs em várias capitais. Esse tipo de obra é considerado geradora de empregos, ajuda no marketing do governo e ainda seria útil para transportar trabalhadores quando estivesse concluída. A construção civil deve receber a maior parte dos recursos. Um dos setores que serão beneficiados é o de turismo. "Um programa que gere empregos é uma demanda das centrais. Mas isso não pode ser entendido como uma mudança de interpretação do governo. O governo continua a achar que não há um aumento excessivo do desemprego no país", disse à Folha o ministro do Trabalho, Paulo Paiva. Paiva utilizará esse superfundo como fase preliminar da discussão sobre a flexibilização das leis trabalhistas, um objetivo de médio prazo do governo. O ministro pretende consolidar o Conselho Nacional do Trabalho, uma comissão composta por 18 representantes: 6 das centrais sindicais, 6 do governo e 6 dos empresários. Essa comissão foi nomeada há cerca de um mês e reproduz, de forma ampliada, o fórum de discussão que trabalhou na reforma da Previdência. O governo teme que a divulgação da criação do superfundo provoque uma corrida de governadores e prefeitos a Brasília. Para evitar essa caça de recursos, a gerência do dinheiro ficará permanentemente sob a supervisão de representantes do governo, sindicalistas e empresários. Texto Anterior: O rombo do Nacional Próximo Texto: Governo cria fundo contra desemprego Índice |
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