São Paulo, domingo, 4 de fevereiro de 1996
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Um banheiro só é pouco

JUCA KFOURI

No próximo dia 8, quinta-feira, em Cuiabá, Mato Grosso, será disputado um grande clássico do futebol mundial: São Paulo x Botafogo-RJ.
No dia seguinte, no mesmo estádio José Frageli (o nome vem a calhar, como se verá adiante), Atlético-MG e Rosário Central, da Argentina, se enfrentam.
Finalmente, no dia 11, um belo domingo como hoje, os vencedores decidem que leva para casa a... tan-tan-tan-tan... Supercopa Conmebol.
Não se fala de outra coisa, em Cuiabá. E as datas dos jogos do São Paulo e do Botafogo pelos campeonatos estaduais precisaram ser acomodadas, apesar das promessas da Federação Paulista de Futebol de não mexer na tabela.
O que isso tudo revela?
Que nossos clubes trocam os estaduais por qualquer coisa, simplesmente porque qualquer coisa rende mais que os estaduais.
Negar tamanha evidência é negar o óbvio, razão pela qual a segunda pergunta se impõe: e por que existem ainda os campeonatos estaduais?
Porque são eles que dão base ao esquema de poder vigente, mesmo que, como no caso paulista, os clubes do interior estejam quase falidos e absolutamente fragilizados (nenhum parentesco com o nome do estádio?), a ponto de estarem levando as altissonantes goleadas que temos curtido a cada rodada.
E depois dizem que eu é que sou chato, mal-humorado e negativista. Não sou mesmo! Tanto que estou indo para Cuiabá. A pé.

O Contru garantiu que o estádio do Nacional não seria utilizado enquanto não obedecesse às novas normas de segurança e conforto. Nada mais correto.
Aí, Eduardo Farah esperneou. Disse que Contru algum iria aparecer à custa do Campeonato Paulista, e o São Paulo mandou seu jogo lá no meio da semana. Tinha só um banheiro para todo o mundo.
De duas uma: ou o Contru recuou humilhantemente depois de ter anunciado a interdição do estádio e está mesmo querendo aparecer, ou Farah subestima a sua capacidade de fazer, digamos, porcaria.
Porque até para ele um banheiro só deve ser muito pouco.

Dos oito gols corintianos até ontem, quatro foram de Marcelinho e três nasceram de passes dele.

Ver os jogos do Palmeiras vai ficar mais caro. Vão passar a cobrar couvert artístico.

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