São Paulo, domingo, 4 de fevereiro de 1996
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São Paulo é sede de encontro internacional

ADRIANO CATOZZI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Presidentes e diretores de 19 emissoras de TV educativas e culturais da Europa e América Latina estarão reunidos em São Paulo, de 10 a 12 de abril, para promover cooperação, intercâmbio e co-produções entre as redes.
Serão discutidos também eventuais financiamentos para produção de novos programas. As TVs pertencem ao Grupo de Biarritz, organizado em setembro de 1995 na cidade homônima francesa, que deve ser agora formalizado.
No primeiro encontro, promovido pelos ministérios da Cultura e das Relações Exteriores da França, estiveram presentes TVs culturais e educativas da França, Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Venezuela.
Em São Paulo, estarão representadas também emissoras de Portugal, Espanha, Itália, México e Cuba.
"A verdade é que nós não conhecemos a produção educativa dos nossos vizinhos, e nem eles a nossa. Será importante não só pelo intercâmbio com a Europa, mas com a América Latina", diz Jorge da Cunha Lima, presidente da Fundação Padre Anchieta, encarregado de ser o anfitrião do encontro.
"Virão apenas presidentes ou diretores gerais, com poder para negociar", salienta. As negociações acontecerão no Instituto Cultural Itaú, que teve sua sede considerada ideal para as emissoras apresentarem seus projetos.
O encontro servirá para discutir o papel das TVs educativas no mundo através de três temas centrais: a questão das grandes concentrações urbanas, a integração com o cinema e com a literatura de cada país.
"Isso permitirá a cada país produzir, em cooperação com os demais, documentários e séries baseados nas obras fundamentais à sua identidade", diz Cunha Lima.
Assim, todos participam e todos terão direitos sobre esse acervo", afirma.
A TV Cultura, por exemplo, pretende participar de um projeto da TV francesa TF5, que está fazendo uma série sobre os grandes autores mundiais.
"Eles já fizeram um módulo sobre Jorge Amado, dirigido por Walter Salles Jr., e, agora, queremos fazer outro, sobre Clarice Lispector", diz Cunha Lima.
Para o adido cultural da França no Brasil, Jean Yves Merrian, o intercâmbio permitirá reverter um quadro negativo para a imagem da América Latina na Europa.
"Até agora, só são veiculadas lá as notícias ruins", afirma. Segundo ele, a reunião permitirá também a divulgação do chamado cinema de autor de cada país. "Será uma alternativa às minisséries", declara.

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