São Paulo, segunda-feira, 5 de fevereiro de 1996 |
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CUT referenda acordo da Previdência
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
A ala de Vicentinho obteve 66 votos (64% do total) em apoio à autonomia da direção nacional para negociar com o governo e à aprovação do conteúdo dos entendimentos até aqui. A direção considerou um "avanço" e aprovou os pontos do acordo negociados -inclusive a mudança da aposentadoria de tempo de serviço para tempo de contribuição. Votou pela continuidade das negociações com o governo também em temas como desemprego e reforma administrativa. "Foi uma demonstração de confiança. Posso avançar mais nas negociações", disse Vicentinho. Uma nota de "solidariedade" a ele foi redigida e aprovada. As correntes Movimento por uma Tendência Socialista, Alternativa Sindical Socialista e Corrente Sindical Classista se retiraram da reunião antes da votação. Essas correntes, classificadas como mais à esquerda, são contra o acordo e acham que Vicentinho deveria se retirar do processo de negociação. Defendem que uma plenária de sindicatos, e não a direção da CUT, decida a questão. "Estamos chamando todo mundo para ir a Brasília na terça-feira para tentar impedir, no Congresso, a votação do projeto que está sendo negociado", disse Wagner Gomes, da executiva da CUT e membro da Corrente Sindical Classista. "As decisões tomadas na reunião foram decisões da Articulação", disse José Maria de Almeida, do Movimento por uma Tendência Socialista. A corrente O Trabalho, apesar de discordar da votação, resolveu ficar na reunião para defender sua posição contrária a qualquer negociação sem a retirada do projeto do governo, segundo Luiz Bicalho, da executiva da CUT. Outra nota aprovada informa que a direção nacional está convocada em caráter permanente para acompanhar as negociações. Sem resposta do governo, a direção da CUT decidiu que vai continuar insistindo na manutenção da aposentadoria proporcional e no fim do limite de idade para aposentadoria do funcionalismo, pontos que o Executivo já aceitou, informalmente, flexibilizar. A manutenção da aposentadoria especial para professores universitários também foi aprovada, mas, informalmente, a direção já a definiu como não-prioritária. Vicentinho, depois da reunião, foi visitar grupo de sem-terra em São Paulo. Texto Anterior: Argumentos são ideológicos, diz superintendente da obra Próximo Texto: AS VOTAÇÕES DA CUT Índice |
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