São Paulo, segunda-feira, 5 de fevereiro de 1996 |
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Otimismo não combina com os dados sociais
CLÓVIS ROSSI
1 - Salvo um ou outro economista, ninguém previu que ela eclodiria nem a dimensão que tomaria. 2 - É obrigação dos governantes vender otimismo a respeito das perspectivas de seus países, ainda mais em um foro que reúne a nata do empresariado global. É ilustrativo, a respeito, o caso da Argentina. No ano passado, também em Davos, Menem e seu ministro da Economia, Domingo Cavallo, diziam que a economia argentina sofreria, sim, com a crise mexicana, mas não muito. Previram redução do crescimento em 1,5 a 2 pontos percentuais, para 4%. Erraram feio. A Argentina, em 1995, não cresceu e, sim, sofreu uma contração da ordem de 2,5%. Outro aspecto que os governantes cuidadosamente varrem para baixo do tapete é o efeito da crise sobre a população. Ela pode até ter sido efetivamente vencida, nos chamados aspectos macro-econômicos. Mas a devastação social permanece. No México, o desemprego chegou a pular para 7,6%, em junho, o maior índice desde 1987, quando se iniciaram as estatísticas a respeito. Zedillo diz que, nos seis meses seguintes, o desempregou caiu para 5,2%, mas ainda está próximo do recorde. Na Argentina, o desemprego, em maio de 95, também bateu o recorde histórico (18,6%), embora não possa ser todo ele atribuído ao efeito tequila", já que o desemprego elevado vinha ocorrendo mesmo com crescimento econômico. Menem jura, agora, que o desemprego já se reduziu para 16%. Mas, ainda assim, é recorde. Só o presidente peruano, Alberto Fujimori, não fugiu da questão social, na sua avaliação, igualmente otimista. Lembrou que, além das reformas liberalizantes, é igualmente importante um ambicioso programa de desenvolvimento social". E por motivos óbvios: a estabilidade econômica a longo prazo depende (CR) Texto Anterior: Crise mexicana é dada como superada Próximo Texto: Fujimori aconselha Menem Índice |
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