São Paulo, segunda-feira, 5 de fevereiro de 1996
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Brasil exporta poucas franquias

MARCELO CHERTO

Na semana passada, esta coluna se referiu a pesquisa coordenada pelo especialista Leonard Swartz, de Chicago, que cobriu 39 países e mostrou que o Brasil continua em 3º lugar no ranking mundial, tanto em termos do número de franqueadores, quanto do percentual das vendas de varejo.
Até aí, nenhuma novidade. Quem, como eu, vem acompanhando o crescimento do Franchising no Brasil, está careca de saber que o sistema se expande.
O que me impressionou foi a constatação de como são poucas as empresas franqueadoras brasileiras que "exportam". Ou seja: que concedem franquias a pessoas físicas ou jurídicas sediadas em outros países. Apenas 19 dos quase 1.000 franqueadores que atuam no Brasil vendem suas franquias além-fronteira. Cerca de 2%.
Isso é pouco, se comparado com mercados como os EUA, onde 400 dos 3.000 franqueadores (13%) já praticam o franchising internacionalmente. Isso, para não falar da Colômbia, país onde há apenas 48 franqueadores em atividade, dos quais 30 já concedem franquias para outros países.
Por que os franqueadores brasileiros são tão avessos à expansão? A meu ver, trata-se da combinação de três fatores: 1-) a maioria dos franqueadores que atuam no Brasil têm consciência de que suas operações ainda carecem de um mínimo de estruturação; 2-) o comodismo que décadas de protecionismo incutiram em boa parte do nosso empresariado; e 3-) um "complexo de inferioridade", que nos leva a crer que não somos páreo para gringo nenhum, principalmente os que vêm do norte do Equador.

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