São Paulo, segunda-feira, 5 de fevereiro de 1996 |
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Lançamento comemora aniversário de Radamés
SYLVIA COLOMBO
A ironia e a modéstia que marcaram sua vida estão no vídeo e no livro de Aluísio Didier que estarão sendo lançados amanhã no Banco Real (av. Paulista, 1.374), comemorando 90 anos do nascimento de Radamés. O documentário foi inicialmente rodado para o cinema. "Transformei em vídeo porque não haveria interesse comercial", diz Didier. Acompanha a fita um livro dividido em duas partes: uma biográfica e outra com comentários do músico sobre diversas matérias. Um dos maiores méritos de Radamés foi ter consolidado, assim como Villa-Lobos, a ponte entre erudito e popular. "Radamés nunca fez fusão, era versátil nas duas e criava possibilidades através da experimentação", diz Didier. Radamés inovou arranjos. Podia fazer de um instrumento de sopro a percussão de uma orquestração ou desdobrar a melodia fazendo de cada nota um acorde elaborado. Durante os anos 30, acompanhou cantores como Orlando Silva e Sílvio Caldas, difundindo o uso de cordas nas canções românticas. Fez mais de 10 mil arranjos e levou o ragtime, o jazz e o choro para o espaço da música erudita. Sua mistura musical, casando cordas e o jazz, fincou um referencial para a bossa nova, que nasceria alguns anos depois. Nada mal para quem definia candidamente sua ambição deste jeito: "...eu só quero mesmo é fazer música que preste para depois tomar meu chope". Texto Anterior: VEJA OS VOTOS CORRETOS Próximo Texto: Transmissão de futebol deixa a desejar Índice |
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