São Paulo, segunda-feira, 5 de fevereiro de 1996
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É dia de gravar 'O Leopardo'

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Há dois casos de conversão, por hoje. O primeiro, de Luchino Visconti, o nobre cineasta convertido ao comunismo. E, embora "O Leopardo" nos remeta à Itália do século 19, Visconti está à vontade no tema.
Ao focalizar a trajetória do príncipe Salina, é a decadência da aristocracia que está em questão, a passagem de um tempo a outro, a necessidade de aceitar as transformações.
O Telecine colocou o filme em horários nada óbvios (às 6h da manhã e depois às 4h15 da madrugada), mas perfeitos para gravar e ver no dia seguinte. É o que merece uma obra-prima.
Mais polêmico é o caso de "O Dono da Noite", de Paul Schrader (HBO, 22h). Protestante, destinado a ser pastor, Schrader converteu-se ao cinema já adulto, virou um roteirista admirável e pintou como cineasta promissor ("Hardcore", "Mishima" etc.).
Mas nos anos 90 pode-se sentir algo de mecânico nas descidas aos infernos de seus personagens (como a do traficante Willem Dafoe, aqui). Existem, ainda assim, lampejos que justificam a atenção.
(IA)

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