São Paulo, segunda-feira, 5 de fevereiro de 1996
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Palestino acusa colono por ataque

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O garoto palestino Iasser Raji Turki, 16, ficou ferido quando um colono judeu atirou várias vezes contra um grupo de jovens palestinos que jogavam pedras num vilarejo próximo à cidade de Nablus (Cisjordânia), segundo afirmou.
A informação errada veiculada pela Rádio Israel de que o judeu teria atacado uma escola palestina aumentou a tensão na região.
A rádio disse que havia até mortos no incidente, mas depois retificou a informação.
O garoto foi ferido na perna e não corria perigo de vida. Autoridades de segurança de Israel negaram que um colono judeu tivesse aberto fogo contra palestinos.
Mesmo tendo negado antecipadamente o envolvimento de um colono, Israel disse que abriria investigação sobre o incidente.
Israel mantém o controle sobre a segurança da região, apesar de ter entregue as principais cidades da Cisjordânia aos palestinos.
Três estudantes árabes confirmaram a versão do garoto de que ele teria sido ferido por um colono israelense na região.
Eles disseram que estavam indo para sua escola no vilarejo de Iatma quando escutaram disparos e viram Iasser cair.
"Nós o colocamos em um carro e levamos ao hospital", disse um dos estudantes. Eles afirmaram que os tiros vieram de um carro com placa israelense.
Na cidade de Afula, no norte de Israel, um palestino esfaqueou um soldado israelense, deixando-o levemente ferido. O palestino, que vinha de um vilarejo próximo a Jenin, na Cisjordânia, foi preso.
Os dois incidentes ocorreram no segundo aniversário, de acordo com o calendário muçulmano, do massacre que deixou 29 palestinos mortos em uma mesquita na cidade de Hebron (Cisjordânia).
O ataque foi executado pelo colono judeu Baruch Goldstein, no dia 25 de fevereiro de 1994.
No sul do Líbano, dois soldados israelenses foram feridos por bomba de morteiro. Israel, que ocupa a região, disse que membros da guerrilha Hizbollah (Partido de Deus) lançaram o ataque.
O grupo, apoiado pelo Irã, é contrário à existência do Estado de Israel no Oriente Médio.
Eleição antecipada
Em Jerusalém, integrantes do Partido Trabalhista, do premiê israelense, Shimon Peres, disseram que já está decidida a antecipação das eleições parlamentares para o dia 21 ou 28 de maio. As eleições estavam previstas para outubro.
"Há motivos suficientes para antecipar as eleições", disse o próprio Peres, sobre a possibilidade da antecipação.
O Partido Trabalhista pretende adiantar as eleições para aumentar sua base no Parlamento. O partido tem hoje 61 das 120 cadeiras.
Segundo pesquisa do instituto Dakhaf, os trabalhistas teriam 46% dos votos, contra 30% para o partido de oposição Likud.
O Likud acusou Peres de aproveitar politicamente a morte do premiê Yitzhak Rabin.
Peres havia antes rejeitado a proposta de eleições antecipadas por causa da morte de Rabin, ocorrida em novembro de 1995.
Os EUA temem que a antecipação das eleições possa levar a um atraso nas negociações de paz com a Síria sobre a devolução das colinas do Golã, ocupadas por Israel.
A Síria culpou ontem Israel pelo fracasso das várias rodadas de negociações nos Estados Unidos.

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