São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
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PFL apóia Motta em SP, mas quer o vice da chapa

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

A direção nacional do PFL apóia a eventual candidatura de Sérgio Motta a prefeito de São Paulo e já reivindica o posto de vice na chapa tucana.
"O nome do ministro tem representatividade nacional e espelha a aliança que fizemos com Fernando Henrique na Presidência", diz o presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen.
O PFL não é a única força política que orbita em torno da candidatura de Sérgio Motta a prefeito. Os tucanos têm sondado o PPB de Paulo Maluf para uma possível coligação. O prefeito não disse que aceita, mas alimenta o flerte.
Ao ministro interessa ter o eventual apoio do eleitorado malufista. E ele não é o único tucano interessado nisso. O ministro José Serra (Planejamento) também simpatiza com a aliança: ela viabilizaria a eleição de Motta, que o apoiaria para governador em 98.
É aí que a conta tucana não fecha, porque Maluf também ambiciona o governo paulista. No PPB avalia-se que Maluf está dando corda para o namoro com o PSDB até agora porque não tem nada a perder e, de quebra, ainda pode ganhar algumas verbas federais.
O pefelista Bornhausen não vê problema em uma coligação tripla em São Paulo, envolvendo PSDB, PFL e PPB. "Quanto mais apoios, maior a chance de ganhar", avalia. Mas Maluf não morre de amores pelo presidente pefelista desde que ele fez seu partido apoiar FHC e não ele, em 94.
A candidatura do ministro das Comunicações divide os pefelistas. Enquanto a cúpula nacional do partido endossa o nome de Motta, a direção paulista do PFL prefere lançar um candidato próprio.
Segundo Bornhausen, já no ano passado a seção paulista da legenda foi avisada de que, no caso de Sérgio Motta ou José Serra serem candidatos, o PFL os apoiaria e pleitearia uma posição na chapa -no caso, o posto de vice.
"É um assunto nacional, que extrapola o Estado. Foi dito aos nossos companheiros paulistas que, se um dos dois fosse candidato, nós marcharíamos com eles. E não foi contestado à época", acrescenta Bornhausen.
Os pefelistas de São Paulo preferem não contestar a intervenção da cúpula nacional, por ora. Mas prevêem, em sua convenção em 9 de março, discursos críticos à aliança com os tucanos.
O PFL paulista reclama que têm pouco espaço no governo Covas. Além disso, o partido tem planos de crescer no interior do Estado. Em muitos casos, vai disputar prefeituras contra o PSDB.
Os pefelistas já fundaram diretórios em 622 dos 625 municípios paulistas e pretendem aumentar de 102 para 140 seus prefeitos no Estado e de 1.125 para 1.200 os vereadores.

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