São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996 |
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Covas é o principal articulador da candidatura FERNANDO DE BARROS E SILVA FERNANDO DE BARROS E SILVA; EMANUEL NERI
Auxiliares diretos do presidente Fernando Henrique Cardoso estão surpreendidos com o entusiasmo manifestado por Covas, que sempre manteve distância do grupo do ministro dentro do partido. Dois motivos levam o governador a liderar o apoio a Motta. O principal deles é a dívida pessoal de Covas pelo empenho que o ministro tem manifestado em articular um desfecho favorável ao governo estadual no caso Banespa. A segunda razão é o que Covas vem chamando de "perfil brigador" de Motta, imprescindível, segundo ele, para que o PSDB tenha chance de vitória. Como principal articulador político do governo FHC, Motta é hoje peça fundamental para que o acordo do Banespa tenha êxito. Conforme ficou definido em acordo entre Covas e o Banco Central, a dívida do Estado com o Banespa, em torno de R$ 15 bilhões, será paga com a venda de ativos estaduais (50%) e um empréstimo do governo federal (outros 50%). O empréstimo federal, de R$ 7,5 bilhões, depende de aprovação do Senado. Sérgio Motta é hoje o principal interlocutor do governo junto aos senadores. Muitos deles fazem críticas ao tratamento diferenciado que FHC tem dispensado ao Banespa. O ministro trabalha para reverter essa insatisfação até a votação no Senado. Além disso, Motta é considerado por Covas o único nome capaz de unir o PSDB e fazer alianças com outros partidos. Nisso concordam FHC e o ministro do Planejamento, José Serra, que já iniciou conversações reservadas com Paulo Maluf (PPB) para atraí-lo à candidatura Motta. O PPB não esconde que tem interesse em integrar o ministério de FHC. O apoio de Maluf a Motta pode ser a moeda de troca. O PSDB ainda avalia que a campanha à Prefeitura de São Paulo será explosiva. Isso porque, dizem os tucanos, seus principais adversários devem ser Francisco Rossi (PDT) e Luiza Erundina (PT), duas personalidades inflamadas, politicamente agressivas e com forte apelo popular. Covas tem defendido que só um tucano "brigão", capaz de devolver críticas à altura e bater nos adversários quando necessário, terá chance neste ano. Os outros dois pré-candidatos do PSDB já disseram a Covas e FHC que abrem mão de suas pretensões. Tanto o líder do governo na Assembléia Legislativa, Walter Feldman, como o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Émerson Kapaz, dizem que desistem da prévia para apoiar Motta. Colaborou EMANUEL NERI, da Reportagem Local Texto Anterior: PFL apóia Motta em SP, mas quer o vice da chapa Próximo Texto: Corregedor-eleitoral de SP quer evitar secretários em campanha Índice |
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