São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
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Aumenta entrada de dólares em fevereiro

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A inflação ficou abaixo das estimativas mais otimistas do mercado e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) respaldou o acordo da Previdência. A semana começa com boas notícias no front interno.
Tem mais. Ontem, mais duas importantes instituições, a Bear Sterns e o Santander, recomendaram aplicações no Brasil. Agora, somos a bola da vez.
Tanto que, no mercado de títulos da dívida, ao contrário do que acontece com os papéis argentinos e mexicanos, existe forte demanda para os papéis brasileiros. O IDU fechou cotado a US$ 0,8956 e, o C-Bond, a US$ 0,6675.
E tome dólar. Nos dois primeiros dias de fevereiro, as entradas superaram as saídas no câmbio comercial (exportações e importações) em US$ 401 milhões.
Mantido esse ritmo, de um ingresso líquido diário da ordem de US$ 200 milhões, o mês do Carnaval fecharia com mais um caminhão de US$ 3,8 bilhões.
Entram dólares e o governo pensa alto em restringir o ingresso. Já que pensa em novas restrições, o ingresso é antecipado. E cresce.
O BC (Banco Central) compra dólares e injeta reais na economia, depois sai correndo atrás para controlar a excessiva liquidez.
Ontem, o BC tomou dinheiro emprestado por dois dias à taxa-over de 3,61%. Foi insuficiente. Teve de vender títulos (o que equivale a tomar dinheiro emprestado) também por dois dias.
O mercado avalia que a liquidez excessiva já soma R$ 3 bilhões.
Apesar do cenário interno favorável, as Bolsas fecharam em baixa. A paulista caiu 1,44%.
É que foi um dia nervoso no mercado internacional. O dólar despencou, as taxas de juros dos títulos norte-americanos de 30 anos chegaram a bater em 6,19% e as Bolsas no mundo caíram.
As brasileiras acompanharam -realizando lucros (vendendo as ações para fazer dinheiro). É para não deixar dúvidas sobre quem comanda a cena.
Se tempo é dinheiro, o fuso atrapalha. O Brasil não pode acompanhar a melhora do cenário internacional no final do dia, quando os juros de 30 anos recuaram para 6,15% e a Bolsa de Nova York reagiu.
Ficou para hoje. A tendência de alta das Bolsas brasileiras permanece.

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