São Paulo, terça-feira, 6 de fevereiro de 1996
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Inflação fica abaixo de 2% em SP

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação de janeiro no município de São Paulo ficou abaixo do esperado. A desaceleração dos aumentos dos alimentos, principalmente no setor de hortifrútis, derrubou a taxa para 1,82% no mês.
A previsão da Fipe era de inflação próxima a 2,07% para janeiro, a mesma registrada na terceira quadrissemana -últimos 30 dias até 23 do mês passado.
Até o mercado financeiro não esperava recuo tão acentuado da taxa. A menor previsão do setor era de 1,95% para o período. Em média, as instituições financeiras trabalhavam com taxa de 2%.
Apesar de ficar abaixo do previsto, a inflação do mês passado ainda foi superior à de dezembro, quando os preços tinham subido 1,21%. Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
A tendência da inflação é de queda. A taxa deste mês deve ficar abaixo de 1%, prevê o economista Heron do Carmo, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe.
Somente o fim do peso de educação e de tarifas públicas, dois itens de aumentos sazonais em janeiro, deve derrubar a taxa em pelo menos 0,8 ponto percentual.
O índice será pressionado para baixo também pelo setor de habitação. Os aluguéis estão com reajustes menores e os custos com manutenção do domicílio (tarifas e outras despesas) já tiveram seu pico de reajuste em janeiro.
Os aluguéis foram reajustados em 3,3% em janeiro, abaixo dos 4,68% de dezembro. É a menor taxa de reajuste do Plano Real.
O setor de vestuário, devido às tradicionais liquidações de fevereiro, devem empurrar a taxa de inflação ainda mais para baixo, segundo Heron do Carmo.
Dois setores vão pressionar a inflação em fevereiro -transportes e despesas pessoais.
Em janeiro, o setor de transportes teve queda de 0,56%, devido ao recuo dos preços da gasolina e do álcool e ao fim da bandeira dois durante o dia para os táxis.
Já os preços no setor de despesas pessoais devem subir neste mês, diz Heron do Carmo, devido ao maior consumo desses produtos no Carnaval.
Na comparação de janeiro com dezembro, dois itens puxaram a inflação para cima: alimentos e educação.
Os alimentos, após alta de 0,32% em dezembro, subiram 1,76% no mês passado. No mesmo período o custo com educação saiu de 0,57% para 16,24%.
Entre os alimentos, a maior alta ficou para os produtos "in natura", com 5,46%. Tradicionalmente, estes produtos sobem neste período do ano.
O excesso de chuvas provoca queda da oferta. Em dezembro, os preços tinham caído 1,03%. Os produtos "in natura", no entanto, após a forte aceleração nas três primeiras semanas de janeiro, começaram a cair na última.
Com a taxa de 1,82% em janeiro a inflação acumulada nos últimos 12 meses subiu para 24,41% em São Paulo. Os alimentos subiram apenas 9,22% no período.

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